Papa recebeu, em audiência, frades confessores no Vaticano, cuja presença completa 250 anos, e reforçou importância da escuta, do consolo e do perdão
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu, em audiência, na manhã desta quinta-feira, 24, os frades menores conventuais, que, há 250 anos, ouvem as confissões na Basílica de São Pedro no Vaticano. O Santo Padre exortou, antes de tudo, que sejam confessores misericordiosos que “ouvem, consolam e perdoam”.
No discurso, o Pontífice também agradeceu pelo “serviço, assiduidade, paciência e fidelidade” realizado pelos frades na basílica, que, todos os dias, recebe um fluxo de 40 mil pessoas. Francisco observou que a maioria das pessoas vão por turismo, atraídas pela beleza e história do lugar, mas também em busca de Deus e para confiar as suas intenções ao Senhor. A presença dos confessores, nesse contexto, “é importante”, acrescentou.
250 anos de presença no Vaticano
Ao saudar o reitor do Colégio dos Penitencieiros Menores Vaticanos Ordinários, padre Vincenzo Cosatti, o Papa também cumprimentou todos os confessores – entre eles o brasileiro Frei Fernando Maria – por ocasião do aniversário de 250 anos da presença dos Frades Menores Conventuais a serviço do Sacramento da Reconciliação.
A missão exercida pelos frades permite a milhares de fiéis e peregrinos “encontrar o Senhor da misericórdia”. Este é um ministério para ser exercido através da “humildade, escuta e misericórdia”, aprofundou o Pontífice em seu discurso.
Humildade e escuta
Ao abordar o primeiro aspecto, o da humildade, Francisco recordou que “o tesouro da graça” pertence a Deus, por isso, para ser um bom confessor, “sejamos ‘os primeiros penitentes em busca de perdão'”. Ao aprofundar o ponto da escuta, o Papa falou da importância de não apenas ouvir o que as pessoas falam, mas acolher as suas palavras “como dom de Deus para a própria conversão”.
Neste sentido, o Pontífice afirma: “Ouvir, não questionar muito. (…) Por favor: ouvir, ouvir sempre, com mansidão. E quando você vê que há um penitente que começa a ter um pouco de dificuldade, porque tem vergonha: “entendi”, não entendi nada, mas entendi; Deus entendeu e isso é importante. Um grande cardeal penitencieiro me ensinou isso: eu entendi, o Senhor entendeu”.
Perdoar sempre e tudo!
Ao tratar sobre o terceiro aspecto, o da misericórdia, o Santo Padre afirmou que o confessor, além de ser misericordioso, deve estar próximo e ter compaixão. Saindo do texto escrito, recordou o padre Luis Dri, de Buenos Aires, que foi criado cardeal em 2023. “Certa vez, ele veio me dizer que tinha medo de perdoar demais. ‘E o que o senhor faz?’, eu disse a ele. ‘Eu vou diante do Senhor: Senhor, me perdoa? Desculpe, perdoei demais! Mas tenha cuidado, foi o Senhor quem me deu um mau exemplo!'”.
Diante disso, Francisco reafirmou aos presentes: “Perdoar sempre, tudo e sem questionar muitas coisas. E se eu não entender? Deus entende, você segue em frente! Que eles sintam misericórdia”.
Ao finalizar o discurso, o Santo Padre contou aos penitencieiros do Vaticano que o seu confessor faleceu há alguns meses, por isso: “eu vou me confessar com vocês, em São Pedro. Façam bem!”, brincou o Pontífice.