Igreja celebra a solenidade neste sábado, 2; saiba como lucrar a indulgência plenária e como ela abre “caminhos de salvação”
Julia Beck
Da Redação

Foto: Canva
Uma solenidade que é “expressão concreta da misericórdia de Deus” e continua abrindo “caminhos de salvação”. Assim o reitor do Santuário de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, em Guaratinguetá (SP), frei Diego Atalino de Melo, define o Perdão de Assis, celebrado neste sábado, 2.
O religioso explica que o Perdão de Assis é uma graça especial, uma indulgência plenária concedida por Deus através da intercessão de São Francisco de Assis. “Ele surgiu no século XIII, quando São Francisco, movido por profundo desejo de salvação para todos, teve uma visão de Jesus e Maria, na igrejinha da Porciúncula, próxima a Assis”, conta.
Na visão, frei Diego relata que São Francisco pediu que todos que ali entrassem com o coração arrependido e que tivessem confessado pudessem receber o perdão completo dos pecados. Foi então que o Papa Honório III concedeu essa graça, conhecida como a Indulgência da Porciúncula, válida no dia 2 de agosto.
Misericórdia de Deus

Frei Diego Atalino /Foto: Arquivo Pessoal
“Na fé católica, a misericórdia não é apenas um sentimento, mas uma ação de Deus que resgata, perdoa e renova”, afirma o reitor do Santuário de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.
Ao oferecer a indulgência, o religioso frisa que a Igreja lembra que, mesmo diante das fraquezas humanas, Deus está sempre pronto a acolher todos de volta. “São Francisco entendeu isso profundamente e quis que todos experimentassem essa misericórdia”, destaca.
O Perdão de Assis, portanto, ajuda a confiar no amor de Deus que não condena, mas chama à conversão e dá a oportunidade de recomeçar, “limpos do peso do pecado e fortalecidos para viver como filhos da luz”, prossegue frei Diego. Segundo as próprias palavras de São Francisco, o religioso enfatiza que a experiência do perdão é uma forma de levar todos a “experimentar o paraíso”.
Indulgência
O religioso esclarece que, para lucrar a indulgência plenária no Perdão de Assis, é necessário visitar uma igreja franciscana, paroquial ou catedral, até a meia-noite deste sábado, com as seguintes condições: confissão sacramental nos dias próximos, comunhão eucarística, oração nas intenções do Papa e ausência de afeto ao pecado, mesmo venial.
A indulgência não substitui o perdão dos pecados, que vem pela confissão, mas redime as penas temporais que restam após o pecado ser perdoado, afirma ainda o reitor do Santuário de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. “É como se, após apagar a culpa, Deus limpasse também as marcas que o pecado deixou”, ressalta.
No processo de salvação, frei Diego esclarece que a indulgência é um dom gratuito da misericórdia de Deus, que ajuda a crescer na santidade e a experimentar, já nesta vida, a alegria de estar reconciliado com Deus.
Festa de Nossa Senhora dos Anjos
O Perdão de Assis é celebrado em 2 de agosto, data da Festa de Nossa Senhora dos Anjos. Segundo o religioso, a escolha se deve ao fato de ter sido na igrejinha dedicada a esse título mariano, a Porciúncula (pequena porção), que São Francisco recebeu a visão que deu origem à indulgência.
“Nossa Senhora dos Anjos é um título que expressa a proximidade de Maria com o céu, com os anjos, e também com os pequenos da terra. Para Francisco, ela era a ‘Rainha da Ordem Seráfica’, a mãe que protege e intercede. Celebrar o Perdão de Assis neste dia une dois grandes sinais do amor de Deus: Maria, modelo de pureza e intercessão, e a graça do perdão, que nos devolve à comunhão com Deus. É como se o céu se abrisse para acolher de volta os filhos pródigos”, complementa.
Exemplo de São Francisco
Por fim, o reitor do Santuário de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão pontua que a vida de São Francisco é um testemunho vivo do poder transformador do perdão.
“Ele foi um jovem comum, cheio de sonhos mundanos, mas que passou por um profundo processo de conversão. Ao experimentar o perdão de Deus, ele foi radicalmente transformado: trocou os privilégios por uma vida de simplicidade, abraçou os pobres e passou a viver o Evangelho com autenticidade”, recorda.
Frei Diego indica que o Perdão de Assis é fruto desse coração que experimentou o amor de Deus e quis que todos também o experimentassem. Para os católicos, o religioso destaca que São Francisco ensina que ninguém está perdido, e que, através do Sacramento da Reconciliação, é possível recomeçar, viver em paz com Deus, com os outros e consigo mesmo.