NA ESLOVÊNIA

Parolin: “Diálogo inter-religioso é uma condição essencial para a paz”

Secretário de Estado do Vaticano participa de Fórum inter-religioso para o diálogo e a paz nos Bálcãs, realizado entre os dias 17 e 18 de junho, e fala do papel da Santa Sé na promoção da harmonia e da paz

Da Redação, com Vatican News

Foto: Contrasto via Reuters

A Conferência Episcopal da Eslovênia promoveu, neste fim de semana, o Fórum inter-religioso para o diálogo e a paz nos Bálcãs. Entre os dias 17 e 18 de junho, expoentes católicos, ortodoxos e luteranos, islâmicos e judaicos, provenientes de 15 países da península balcânica e da da Ásia Menor, se reuniram em Koper.

O evento teve como título “Paz a ti, Europa! Paz a vós, Bálcãs!”, e contou com a participação do secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin. Em seu discurso, o representante do Papa Francisco afirmou que, no mundo de hoje, “dilacerado por guerras como a da Ucrânia e outros conflitos, é essencial discutir a paz e o diálogo”.

Parolin falou da realização do fórum em relação aos Bálcãs. Muitas vezes chamada de “barril de pólvora da Europa”, a região foi defendida pelo cardeal, que afirmou testemunhar “exemplos extraordinários de coexistência pacífica entre pessoas de diferentes etnias, culturas e religiões ao longo dos séculos”.

O papel da Santa Sé

O secretário reiterou o papel da Santa Sé na construção dessa relação harmoniosa. Uma vez livre de interesses materiais, ela é considerada capaz de mediar conflitos entre Estados ou ajudar na reconciliação de partes conflitantes, mesmo dentro dos Estados”. Parolin inclusive recordou alguns esforços da diplomacia vaticana na região antes mesmo da dissolução da União Soviética, no final do século XX.

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“Desde janeiro de 1991, a Santa Sé levantou sua voz, pedindo o respeito ao direito dos povos à autodeterminação, o respeito aos direitos dos indivíduos e das comunidades nacionais e a rejeição do uso da força para resolver disputas”, por meio da “busca incansável do diálogo entre as partes e o restabelecimento da coexistência pacífica entre os povos da Iugoslávia, com base no respeito mútuo e na justiça”, declarou o representante pontifício.

Citando a “cultura do encontro”, tema muito citado pelo Papa atualmente, o cardeal também relembrou a atuação de São João Paulo II, durante seu pontificado, na promoção da paz na região na década de 1990. Tudo passa principalmente pelo diálogo, um dos elementos mais importantes dessa cultura proposta por Francisco.

Diálogo, condição para a paz

“O diálogo inter-religioso, aqui como em qualquer outro lugar do mundo”, enfatizou Parolin, “é uma condição essencial para a paz e, portanto, um dever para todos os crentes”. Neste sentido, o secretário se referiu aos líderes religiosos como “os primeiros guardiões da paz”.

Por fim, o cardeal também manifestou o apoio da Santa Sé à aspiração dos países dos Bálcãs Ocidentais à integração na União Europeia. “Espera que ela encontre uma realização válida e plena, a fim de aliviar o sentimento de abandono que aflige os cidadãos que olham para a União Europeia com esperança de um futuro de crescimento e prosperidade”, afirmou.

Declaração final do fórum

No encerramento do fórum, os líderes religiosos assinaram uma declaração final. Compromisso e encontros regulares, a promoção da liberdade religiosa, o cuidado com a Criação e o bem-estar de indivíduos e comunidades, e a condenação do extremismo e do terrorismo estão entre os assuntos abordados no texto do documento.

Na conclusão do texto, é apontado que “não pode haver encontro sincero e diálogo frutífero sem oração e confiança no Criador, que é o mestre da história e realiza o que o homem sozinho não pode fazer”. Somente uma fé fortalecida em Deus “e uma avaliação sincera de suas ações passadas, marcadas pela impotência humana, ajudam a alcançar a paz e a prosperidade na esfera das relações pessoais, sociais e espirituais”.

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