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Neste domingo

Paquistão: após ataques, Igreja Católica promove dia de oração pela paz

Iniciativa da Conferência Episcopal do Paquistão foi divulgada após os episódios de violência contra edifícios sagrados e famílias de batizados na última quarta-feira, 16

Da redação, com Agência Fides

Foto: Myriam Zilles via Unsplash

Neste domingo, 20, será celebrado um dia especial de oração em todas as comunidades católicas do Paquistão. Ação da Conferência Episcopal do Paquistão foi divulgada após os episódios de violência contra edifícios sagrados e famílias de batizados, ocorridos na última quarta-feira, 16,na localidade de Jaranwala, perto de Faisalabad, no Punjab paquistanês.

“Rezemos pela paz, pela harmonia inter-religiosa, para dizer ‘não’ a todas as formas de violência e ódio, que são sempre injustificadas, um veneno para a sociedade. Invocamos Deus, o doador de todo bem, e pedimos a todos os homens de boa vontade, cristãos e muçulmanos, que estejam ao nosso lado, unidos por um Paquistão pacífico, livre do ódio, onde os direitos e as liberdades de todos os cidadãos sejam respeitados, independentemente de seu credo”, disse o arcebispo de Laore – capital da província de Punjab (palco dos incidentes), Dom Sebasian Shaw à Agência Fides.

Manifestação dos cristãos

O estopim da violência foi a suposta acusação de blasfêmia, completamente infundada, contra Saleem Masih, um cristão analfabeto que trabalha no saneamento de ruas, acusado de ultrajar o Alcorão. De acordo com alguns muçulmanos da região, foram encontradas páginas do livro sagrado com escritos blasfemos e a acusação recaiu sobre Masih. Após um apelo de um líder religioso islâmico local, uma multidão desencadeou uma violência em massa que teve como alvo principal as igrejas e as casas dos cristãos na área de Jaranwala.

A polícia paquistanesa prendeu 129 muçulmanos depois que uma multidão enfurecida por uma suposta profanação do Alcorão vandalizou e incendiou 21 igrejas e 35 casas de cristãos em Jaranwala, entre as quais a residência de um pastor. Centenas de Bíblias foram queimadas.

Presos dois cristãos

A polícia também prendeu dois homens cristãos, acusados por muçulmanos locais de rasgar páginas de um Alcorão, escrever comentários insultuosos em outras páginas e depois jogar o livro no chão. Para Amir e Raki Masih, a acusação é de terem “profanado o Alcorão, insultado o Profeta e os muçulmanos”, diz a nota da polícia. Eles foram indiciados por blasfêmia e estão atualmente sob custódia do departamento de antiterrorismo, informou o primeiro-ministro da Província de Punjab, Mohsin Naqvi.

O pároco da Igreja Católica de São Paulo (reduzida a escombros), padre Khalis Mukhtar, contou que, às 5h30 da manhã, uma multidão invadiu a igreja, espancou um catequista e “começou a destruí-la e a incendiá-la, tendo também como alvo o bairro onde vivem as famílias cristãs, que foram ameaçadas e forçadas a fugir”. Deve-se dizer, por outro lado, que muitas famílias que fugiram foram acolhidas e ajudadas por outras famílias muçulmanas da região, que também ficaram chocadas com a súbita e injustificada onda de violência.

Manifestação dos cristãos

No dia seguinte aos eventos, muitos policiais e guardas florestais foram enviados à área para restabelecer a segurança. As instituições políticas garantiram uma investigação e a responsabilização para identificar aqueles que instigaram e realizaram o ataque aos cristãos.

O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, arcebispo Joseph Arsad, de Islamabad-Rawalpindi, esperava que “a primazia da lei e da justiça fosse restabelecida e que uma sociedade melhor fosse construída”, enquanto o bispo anglicano Azad Marshall pediu ao governo que “garantisse justiça e segurança para todos”.

Akmal Bhatti, um líder católico que dirige o fórum “Minorities Alliance Pakistan”, observou que, “mais uma vez, as acusações de blasfêmia são o pretexto para justificar ataques em massa contra pessoas inocentes e locais cristãos”.

Comissão Nacional de Justiça e Paz (NCJP) condena os episódios

Assim como vários representantes religiosos e civis, cristãos e muçulmanos, a Comissão Nacional de Justiça e Paz (NCJP), da Conferência dos Bispos Católicos do Paquistão, condenou os episódios, expressando “preocupação com esse grave ataque aos cristãos” e evocando lembranças de “falsas acusações de blasfêmia” do passado que provocaram incidentes semelhantes. Em nome de toda a Igreja Católica no Paquistão, ela expressou solidariedade às famílias cristãs afetadas, encorajou-as a “permanecerem unidas em oração” e expressou otimismo sobre a resposta do governo para reconstruir as igrejas e casas destruídas.

“O incidente em Jaranwala”, conclui, “nos lembra da necessidade urgente de promover a harmonia, a unidade e a compreensão entre as comunidades religiosas”, expressando a esperança de que todos os componentes da sociedade “trabalhem pela justiça, pela paz e pela coexistência”.

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