Em encontro nesta terça-feira, 26, Francisco respondeu a perguntas de diversos temas e exortou os jovens a viverem sem medo e seguir em frente
Da Redação, com Vatican News
Nesta terça-feira, 26, o Papa Francisco se reuniu virtualmente com jovens universitários do sul da Ásia, na terceira edição do encontro “Construindo Pontes”. A iniciativa é promovida pela Pontifícia Comissão para a América Latina e pela Universidade Loyola de Chicago.
Nesta edição, o objetivo foi promover um diálogo sobre os desafios significativos dos tempos atuais. Assim, seguindo a proposta sinodal do evento, os estudantes compartilharam com o Pontífice ideias e projetos concretos visando transformar suas realidades sociais.
Anteriormente, o Santo Padre já havia se reunido com universitários das Américas e da África Subsaariana em 24 de fevereiro e 1º de novembro de 2022, respectivamente.
Abrindo o evento, Francisco manifestou sua alegria em estar com os jovens e indicou que construir pontes é um “trabalho artesanal”, mas que deve ser feito ao invés de se levantar muros. “Isso traz harmonia, harmonia não é uniformidade, é a beleza das diferenças”, declarou.
Identidade
Na sequência, o Papa respondeu a perguntas dos estudantes, de diversos temas. Falando sobre ideologias, alertou os universitários uma vez que elas “reduzem as coisas”. Ele também denunciou um perigo da comunicação, que é a transmissão de “meias-verdades”. “Esse é todo o comércio de notícias falsas, aquelas notícias que não constroem e que geram monstros”, sinalizou.
Em relação à democracia, o Pontífice indicou que ela consiste em chegar a acordos, com a tendência de encontrar pontos em comum, apesar das divergências. Ainda assim, as diferenças podem ser positivas, uma vez que, em sua visão, todos têm alguma riqueza para transmitir.
Neste sentido, é importante saber respeitar e manter a própria identidade também. “Esquecer as raízes é um grande pecado, um pecado existencial. A raiz é o que lhe dá o aroma da sua personalidade”, insistiu o Santo Padre.
Exclusão
Questionado sobre as dificuldades de acesso à educação, ele frisou que a formação tem que ser gratuita, uma vez que todo indivíduo tem direito à educação e que, no futuro, os indivíduos poderão contribuir para o país. Contudo, Francisco sinalizou que não se pode ter uma “mercantilização” do ensino e que o professor deve buscar a promoção da autoestima de seus docentes, para que sintam-se dignos, com a possibilidade de falar e propor seu ponto de vista.
Acerca da temática do testemunho cristão, o Papa falou que nem sempre os cristãos serão aceitos em algumas sociedades, mas apontou a fraternidade como caminho a ser seguido. “A discriminação é antifraterna. (…) Só as ideias são válidas, o coração não é válido, a amizade social não é válida, só as ideias, e com ideias, transformo qualquer pessoa que não pense como eu em criminoso, culpado, mártir”, criticou.
A verdadeira beleza
Falando sobre beleza e estereótipos, o Pontífice apontou uma beleza que é “total”: a da harmonia. Ele indicou que é preciso “saber descobrir a beleza não só nos padrões estéticos de medidas da Miss Universo, não, mas naquela beleza harmoniosa que todo homem e mulher tem para seguir em frente”.
Por fim, abordando a questão do suicídio juvenil, o Santo Padre a considerou como uma das mais graves da atualidade. Diante disso, ele reforçou que sempre há uma nova chance, e lembrando uma canção costumeiramente cantada por alpinistas, citou que “na arte de subir a montanha o que importa não é não cair, mas sim não permanecer caído”.
Encerrando o encontro, o Papa exortou os jovens a não se assustarem, mas a seguir em frente, buscando a verdadeira beleza da vida e sem perder o senso de humor.