Jovem foi morta a facadas em 1982 ao resistir ao ataque de um homem que tentou violentá-la; processo de beatificação foi aberto em 2001
Da Redação, com informações da Arquidiocese de Mariana e Vatican News
O Papa Francisco reconheceu o martírio da Serva de Deus Isabella Cristina Mrad Campos, leiga de Barbacena (MG) assassinada em 1° de setembro de 1982. A informação foi divulgada pela Santa Sé nesta quarta-feira, 28.
O decreto com o reconhecimento papal foi autorizado após o Papa receber em audiência, nesta terça-feira, 27, o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Dom Marcello Semeraro.
Isabella Cristina era uma jovem que tinha uma vida de oração, estudava, namorava e sonhava em ser pediatra para ajudar crianças carentes. Em julho de 1982, mudou-se para Juiz de Fora para fazer curso pré-vestibular, queria cursar Medicina. Em setembro do mesmo ano, foi atacada por um homem que foi montar um guarda-roupa no apartamento para onde ela havia se mudado com seu irmão, Paulo Roberto.
O homem tentou violentá-la e, como ela resistiu, ele a atacou com uma cadeirada na cabeça, amarrou, amordaçou, rasgou suas roupas e lhe deu 15 facadas, um crime cruel que teve grande repercussão.
O processo de beatificação de Isabella Cristina foi aberto no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, ocasião em que ela recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. Foram oito anos de trabalho, entre coleta de depoimentos e documentos, além da digitação e tradução para o italiano.
A fase diocesana do processo terminou em 2009. Seus restos mortais foram para o Santuário da Piedade, pelo fato de ela ter sido batizada e ter recebido a primeira Comunhão na Matriz da Piedade, além da ligação afetiva de seus pais com a paróquia e até mesmo para facilitar a visitação.
Outros decretos
Além do martírio de Isabella, o Papa também reconheceu as virtudes heroicas do Servo de Deus Roberto Giovanni, irmão professo da Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos), nascido em Rio Claro (SP), em 18 de março de 1903, e falecido em Campinas (SP) em 11 de janeiro de 1994.
Também foram aprovados os decretos reconhecendo:
– o milagre, atribuído à intercessão do Beato Giustino Maria Russolillo, Sacerdote, Fundador da Sociedade das Divinas Vocações e da Congregação das Irmãs das Divinas Vocações; nasceu em 18 de janeiro de 1891 em Pianura di Napoli (Itália) e ali morreu em 2 de agosto de 1955;
– o milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Lorenza Requenses em Longo, Fundadora do Hospital dos Incuráveis de Nápoles e das Monjas Capuchinhas; nasceu por volta de 1463 em Lleida (Espanha) e morreu em Nápoles (Itália) em 21 de dezembro de 1539;
– o milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Isabel Czacka (no século, Rosa), Fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Servas da Cruz; nascida em 22 de outubro de 1876 em Biała Cerkiew (Polônia) veio a falecer em Laski (Polônia) em 15 de maio de 1961;
– o martírio dos Servos de Deus Leonardo Melki e Thomas Saleh, sacerdotes professos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; mortos por ódio à fé na Turquia em 1915 e 1917;
– o martírio do Servo de Deus Luigi Lenzini, sacerdote diocesano; morto, por ódio à Fé, em Crocette di Pavullo (Itália) na noite entre 20 e 21 de julho de 1945;
– as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Teresa do Coração de Jesus (nascida Célia Méndez y Delgado), Co-fundadora da Congregação das Servas do Divino Coração de Jesus; nasceu em 11 de fevereiro de 1844 em Fuentes de Andalucía (Espanha) e morreu em Sevilha (Espanha) em 2 de junho de 1908.