Neste domingo, 19, o Papa Leão XIV preside, no Vaticano, a missa de canonização de sete beatos. Entre eles, a Irmã Maria Troncatti, das Filhas de Maria Auxiliadora.
Reportagem de Danúbia Gleisser
Imagens de Daniele Santos, Leonardo Vieira, Mariatrocantti.org e Reuters
Edição de Daniele Santos
Para que uma pessoa seja declarada santa, há um longo percurso, explicou o postulador da família salesiana, padre Pierluigi Cameroni. “Na fase diocesana são coletados documentos e testemunhos de quem conheceu o servo de Deus”, disse o padre Pierluigi. “Depois, na fase romana deve ser elaborado a Positio. A Positio é o documento detalhado que apresenta a vida e as virtudes do candidato. “Um milagre é necessário para a beatificação e outro para canonização”, disse o padre.
Entre os sete beatos a serem canonizados domingo está a irmã Maria Troncatti, freira salesiana, que durante a Primeira Guerra Mundial trabalhou como enfermeira da Cruz Vermelha e em 1922 foi enviada para o Equador em missão na floresta amazônica.
Irmã Troncatti morreu em um acidente aéreo em 1969. Seus restos mortais estão em Macas, na província equatoriana de Morona.
“Ela era uma grande filha do instituto”, comentou a superiora das irmãs salesianas ao dizer que Maria Troncatti era feliz e fiel por viver sua vocação missionária na floresta equatoriana.
O que aprendeu na selva pôde exercitar na profissão, curando o corpo e o espírito”, finalizou.
E do meio indígena veio o milagre que levou a freira a ser declarada santa. Em fevereiro de 2015, enquanto afiava a lâmina de sua lixadeira, o senhor Bosco Juwa, do povo Shuar, foi atingido na parte frontal da cabeça por um pedaço de pedra que se soltou do amolador. Um quarto de massa encefálica saiu de sua cabeça e ele perdeu a consciência. Após deixar a UTI, foi transferido para uma casa sem falar nem se mover.
Os médicos disseram que não havia mais nada a fazer e se sobrevivesse ele ficaria em estado vegetativo. Foi então que familiares e missionários salesianos pediram a intercessão de Maria Troncatti e colocaram uma imagem da Beata próxima ao leito do indígena que sonhou com ela, contou padre Pierluigi.
Bosco Juwa conta que no sonho a freira salesiana lhe disse que ficaria curado, abriu a mala, pegou uma pomada e depois desapareceu. A partir daquele momento, o estado de saúde do indígena melhorou gradativamente, tanto que no ano seguinte já conseguia falar, andar e com isso retornou ao trabalho. Uma consulta médica em 2022 confirmou que ele estava totalmente recuperado, sem sequelas, graças à intercessão de Maria Troncatti.
“Tive alegria de conhecê-lo e devo dizer que nunca vi em minha vida uma pessoa falar de um santo com força e convicção como este homem”, disse o postulador, que afirmou ser bonito pensar e constatar que ela é declarada santa no ano santo de 2025, que tem como tema esperança. “Ela é uma missionária de esperança que conseguiu trazer uma visão nova dentro das realidades mais difíceis”, completou ele.
