Durante audiência, Francisco exortou os alunos a cuidar de sua relação com Deus, com o povo e a exercer o serviço pastoral com caridade
Da Redação, com Vatican News
Papa Francisco durante audiência na Sala Clementina / Foto: Vatican MediaIPA/Sipa USA via Reuters Connect
Nesta segunda-feira, 20, o Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala Clementina, os estudantes do Almo, Colégio Caprânica de Roma. Recordando Santa Inês, padroeira do colégio, cuja festa será celebrada nesta terça-feira, 21, o Santo Padre iniciou seu discurso saudando os presentes. “Estou feliz por encontrá-los nesta vigília, nos primeiros dias do Ano Jubilar e também na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”, expressou.
Motivados pela fé em Jesus Cristo
Francisco recordou que seis anos atrás, em 14 de janeiro de 2019, aprovou os novos Estatutos do Almo Colégio Caprânica. “Confirmo sua validade e os exorto a corresponder às orientações que oferecem, permitindo-os amadurecer a liberdade fiel e responsável exigida a quem é confiado um ministério na Igreja”, frisou.
“Vocês são uma comunidade de jovens e adultos, motivados pela fé em Jesus Cristo e pelo desejo de responder ao seu chamado. Seus Bispos os enviaram a Roma para se prepararem para o ministério ordenado ou para aperfeiçoar sua formação nos primeiros anos”, sublinhou Francisco, ressaltando que os estudantes do Almo vêm de trinta e nove dioceses diferentes: vinte e seis italianas, quatorze não italianas, incluindo uma eparquia da Igreja Siro-Malabar.
Cuidar da missão eclesial
O termo “Almo” pode ser traduzido, em italiano, como “aquilo que nutre” ou “que dá vida e mantém vivo”. Francisco recordou que é possível nutrir-se bem, quando a pessoa não se perde pela estrada.
“Isso ocorre quando se transcorrem as relações fundamentais, as proximidades que muitas vezes tive ocasião de recordar falando aos seminaristas e ministros ordenados, as três proximidades: proximidade com Deus; proximidade com seu bispo; proximidade com o seu povo. As três proximidades de um sacerdote. Há uma quarta: a proximidade entre vocês”, afirmou o Papa.
O Pontífice exortou os estudantes a cuidarem da missão à qual Jesus chama a Igreja hoje. “Vivam esta missão com o estilo que apropriadamente descrevemos como ‘sinodal’. Imagino que vocês conheçam o Documento Final da XVI Assembleia do Sínodo dos Bispos, onde diz que a sinodalidade é um caminho de renovação espiritual e de reforma estrutural para tornar a Igreja mais participativa e missionária, sublinhou.
Francisco os convidou a sentirem-se parte deste caminho e a promovê-lo desde já: no Colégio, nas Universidades Pontifícias onde estudam, nas paróquias de Roma, na prisão de Rebibbia, no Hospital Meninos Jesus, nos lugares onde realizam a experiência pastoral no caminho de formação. “Foi a coragem de São Paulo VI que colocou a sinodalidade no final do Concílio, abrindo o caminho sinodal”, destacou.
A caridade se expressa concretamente
O Pontífice agradeceu ao Colégio Caprânica, ao qual foi confiado há mais de um século o serviço litúrgico em algumas celebrações na Basílica Papal de Santa Maria Maior, sublinhando que não há liturgia cristã se os gestos realizados não forem acompanhados por uma vida de fé, esperança e caridade.
“A caridade se expressa de modo concreto, não com palavras, em seu Colégio, também por meio de um pequeno, mas precioso serviço de assistência às pessoas necessitadas que sabem que podem encontrar em vocês um apoio para enfrentar o peso da vida com menos cansaço”, disse o Papa.
Cuidar da relação com o pobre
Francisco concluiu reforçando a importância de cuidar, em particular, da relação com o pobre, olhando os seus olhos e tocando as suas mãos. “Quando eu atendo confissão, pergunto, quando há oportunidade: ‘Você dá esmola?’. ‘Sim, sim, eu dou’. E quando você dá esmola, você olha nos olhos da pessoa e toca na mão, ou joga a moeda e segue em frente sem olhar?’. Não é tanto a esmola que é importante, mas sim essa relação com o pobre, com Jesus pobre ali presente”, pontuou.
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