31 DE JULHO

Padre jesuíta ressalta frutos deixados por Santo Inácio de Loyola

Nesta quinta-feira, 31, a Igreja Católica celebra o dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus e padroeiro dos retiros espirituais

Fernanda Lima
Da Redação

Foto: Assessoria dos padres Jesuítas

Uma das ordens religiosas mais influentes da Igreja Católica foi fundada em 1540 com a aprovação do Papa Paulo III. Formalmente conhecidos como a Companhia de Jesus, os Jesuítas possuem uma missão centrada na educação e evangelização.

Com uma participação ativa em missões de caridade, ciência e política, a influência dos Jesuítas possui um alcance global. De acordo com o sacerdote jesuíta e professor da Faculdade Jesuíta (FAJE), Padre Moisés Quintela Ponte, o próprio Santo Inácio de Loyola havia percebido que não podia realizar um ministério pastoral sem uma sólida formação.

Entendendo a história

Padre Moisés Nonato, professor da Faculdade Jesuíta (FAJE)/ Foto: Arquivo pessoal

Na época, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier, São Pedro Fabro e mais quatro companheiros viviam em Paris como estudantes de teologia. “No dia 15 de agosto de 1534, fizeram votos de pobreza, castidade e de peregrinarem para Jerusalém. Mas ainda não formavam uma congregação religiosa. Eles não sabiam ao certo o que seria daquele grupo, que simplesmente se compreendia como ‘amigos no Senhor'”, conta.

O religioso comenta que entre março e junho de 1539, buscaram encontrar, através de muita oração e de uma dinâmica de conversação espiritual, qual seria a vontade de Deus para eles. “O fruto daquela vivência, chamada de “deliberação dos primeiros companheiros”, foi de que deviam conservar sua amizade e união, apresentando-se ao Santo Padre para formarem um instituto religioso que se colocava à disposição do sumo pontífice para qualquer missão que lhes confiasse”, ressalta.

Foi assim que, em 3 de setembro de 1539, apresentaram o fruto desua deliberação ao Bispo de Roma. O Papa Paulo III aprovou a Companhia de Jesus de modo moral. “Ao aprovar a Companhia de Jesus, o Santo Padre sabia que tinha diante de si um grupo valoroso de presbíteros que havia sido formado em Paris. Ainda no ano de 1548, na cidade de Messina, na Sicília, os Jesuítas fundaram o primeiro colégio instituído para leigos. No Brasil, 1 ano após a chegada dos primeiros Jesuítas, liderados pelo Padre Manoel da Nóbrega, dava-se início o primeiro colégio jesuíta brasileiro, fundado em 1550, em Salvador (BA)”, relata.

A missão central dos jesuítas

Padre Moisés também enfatiza que Santo Inácio e os primeiros companheiros fizeram de sua residência em Roma um verdadeiro centro de atendimento aos pobres e sem-teto da cidade. “Eles davam seus próprios leitos aos enfermos, chegando a atender um total de 3 mil pessoas, de uma população de 40 mil habitantes. Santo Inácio também deu início a outras iniciativas sociais, como a casa Santa Marta, para acolher mulheres vítimas da prostituição, além de casas para acolhida de órfãos”, recorda.

Além disso, nos últimos anos, a Companhia de Jesus, traduziu o serviço da fé como promoção da justiça, no diálogo com as culturas e as religiões. “Tudo isso se traduz em missões como a do Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados e tantas outras frentes apostólicas sociais”, sublinha.

O sacerdote também aponta para uma curiosidade. “Até hoje a Companhia de Jesus é responsável, a pedido do Papa, pelo Observatório Astronômico do Vaticano, que conta com jesuítas formados em astrofísica, geologia, e em outras áreas relacionadas às pesquisas astronômicas”, enfatiza.

Oferecer sempre mais e melhor

A excelência nos estudos é algo que os jesuítas atribuem ao que eles chamam de “espírito de magis”, isto é, de oferecer sempre “o mais” e portanto, o que há de melhor. “Os colégios da Companhia de Jesus primavam por um método inovador de educação, com enfoque na participação ativa dos estudantes. Eram lugares não apenas de transmissão como também de produção de conhecimentos, tanto no âmbito da filosofia e da teologia, quanto naquele das ciências em geral, como a matemática e a astronomia”, destaca. 

Padre Moisés também frisa a importância de observar a atual proporção da missão educativa dos jesuítas. “Essa missão no mundo se deve, em última análise, ao desejo dos primeiros jesuítas de cumprirem as missões que o Papa e a Igreja lhes confiassem. Eis por que os jesuítas são também conhecidos como missionários, pois desde os primórdios a Igreja os enviou a diversos povos e nações para anunciar o Evangelho”, concluiu.

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