Há 111 anos, teve início uma história de devoção mariana que partiu da Alemanha e se espalhou pelo mundo, inclusive pelo Brasil
Aline Imercio
De São Paulo (SP)

Imagem de Antônio Matos
Neste sábado, 18, o Movimento Apostólico de Schoenstatt celebra 111 anos. Proveniente da Alemanha, o movimento chegou ao Brasil em 1935.
No Santuário de Sião no Jaraguá, a equipe do Jornalismo Canção Nova conversou com o reitor, padre Gustavo Hanna Crespo, sobre essa devoção mariana. Confira a entrevista:
Para quem não conhece, qual é a história do Movimento Apostólico Schoenstatt?
Padre Gustavo — O Movimento de Schoenstatt surgiu na Alemanha, em Vallendar, no ano de 1914, próximo do início da Primeira Guerra Mundial, onde um sacerdote Palotino, o Padre José Kentenich, é nomeado diretor espiritual de um grupo de seminaristas e ali, no jardim do seu seminário, tinha uma capelinha antiga dedicada a São Miguel. E nessa capelinha, e lendo uma revista, falando do santuário de Pompeia, na Itália, da história do Senhor Bartolo Longo, surge no seu coração de dizer “Por que nós não convidamos a Mãe de Deus a se estabelecer neste lugar?” E aí, no dia 18 de outubro de 1914, acontece essa primeira consagração, que nós chamamos Aliança de Amor. Desde então, essa corrente de graças da Aliança de Amor começa a ganhar força. Num primeiro momento, era para a formação que Maria fosse a grande educadora desses seminaristas e depois, com os leigos. E assim se foi abrindo a realidade de que nós possamos viver uma aliança de amor com a Mãe de Deus e ali poder ser educado e ser transformado por ela. O padre José Kentenich dizia sempre que o nosso santuário e cada santuário de Schoenstatt possui três graças: a graça de ser abrigados pela Mãe de Deus, de ser transformados – aquele que visita um santuário – e serem enviados como discípulos de Jesus para o apostolado. O movimento sempre foi pensado apostólico, ou seja, desde um santuário ter as forças para levar a Jesus, levar a Mãe de Deus aos povos.

Padre Gustavo diante da imagem da Mâe Rainha / Imagem de Antônio Carlos
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Como esse movimento chegou ao Brasil?
Padre Gustavo — No Brasil o movimento chega no ano de 1935, no interior do Paraná, entre as cidades de Jacarezinho e Londrina, onde as primeiras irmãs de Maria missionárias saem da Alemanha e vêm para o Brasil. E ali elas começam um trabalho primeiro na área da saúde, fundando a Santa Casa de Misericórdia de Londrina, depois um colégio para meninas e, pouco a pouco, vão difundindo a espiritualidade nesses dois âmbitos, porque até o momento não existiam outros santuários, era só o santuário original na Alemanha. E aí com a vinda da Segunda Guerra Mundial, também a incerteza de como iria estar a Alemanha nesse tempo de guerra, as primeiras irmãs sentiram a necessidade de estar vinculadas àquele mesmo santuário que foi na Alemanha. Então foi no Uruguai o primeiro santuário filial, como chamamos por ser construído da mesma forma que o santuário original. E aí começou essa corrente de graças que nós chamamos de santuários filiais no Brasil. O primeiro santuário assim é na cidade de Santa Maria, depois Londrina e com o passar dos anos, hoje nós somos no Brasil 25 santuários filiais iguaizinhos ao da Alemanha.

Santuário de Sião em Jaraguá / Imagem de Antônio Matos
Por que esses Santuários da Mãe Rainha são sempre construídos de forma semelhante
Padre Gustavo — Porque em cada lugar que nós podemos peregrinar e entramos em um santuário de Schoenstatt é para que nos sintamos realmente abrigados no nosso lar.
E como é para o senhor fazer parte desse movimento?
Padre Gustavo — Eu conheci o movimento a partir da iniciativa apostólica de uma juventude, que bateu na porta dos meus pais e me chamou para fazer uma missão de jovens. A partir daí eu conheci o movimento. Para mim, eu sempre tenho que a Mãe de Deus procura os instrumentos onde ela quer, da forma que ela quer. E é uma grande alegria participar do Movimento de Schoenstatt, porque assim como eu experimentei que a Mãe de Deus transforma a minha vida, eu estou seguro que ela transforma a vida de muitos também a partir de seus santuários.