Você já imaginou assistir a um jogo de futebol e descobrir que o árbitro da partida é um padre? Isso já acontece no interior de São Paulo, onde um sacerdote concilia a sua missão paroquial com o apito e os campos de futebol.
Reportagem de Flávio Rogério e Antonio Matos
Padre Gabriel Balan Leme atua na comunidade Nossa Senhora Desatadora dos Nós na Arquidiocese de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Sua vocação sacerdotal surgiu ainda na juventude. “Percebendo alguns sinais de vocação no sentido de ser uma pessoa que tinha talvez liderança, um desejo de servir a Igreja, de procurar estar sempre pensando a Igreja e a religião como algo que possa fazer muito bem às pessoas”, contou padre Gabriel Balan Leme.
Há cerca de um ano, o padre Gabriel passou a conciliar sua missão sacerdotal com o apito e os campos de futebol. Ele se tornou árbitro da Federação Paulista e passou a comandar as partidas das categorias de base do interior paulista. “Quando eu percebi que eu poderia associar meu trabalho vocacional juntamente a esse aspecto cultural que é o esporte, principalmente futebol, e eu percebi que talvez eu poderia exercer isso de uma maneira mais profissional como árbitro, podendo levar inclusive os valores que eu tenho como padre, alguns princípios que são muito caros pra religião dentro do campo de futebol”, retomou ele.
Para muitos paroquianos, como Rafael, ver o padre apitando jogos na televisão foi uma surpresa. Segundo ele, a comunidade acolheu com alegria a nova missão do sacerdote. “Ele sai para fazer as atividades dele como árbitro, mas tá sempre presente na paróquia e a gente sempre fica, onde a gente vai. ‘Ah, eu vi o seu padre na TV’. ‘Ah, fiquei sabendo que seu padre é árbitro’. Então é legal, é bastante interessante”, afirmou o especialista em segurança da informação, Rafael Gedra.
O padre que já aptou jogos de crianças e jovens entre 10 e 20 anos, aproveita a experiência nos campos para inspirar valores como respeito, disciplina, convivência em paz e harmonia.
“Eu sempre falo pros atletas, independente da idade, que dentro do campo nós estamos ali para uma disputa e que eles são entre si rivais, mas nunca inimigos. Futebol é um ambiente de rivalidade, mas eu acho que o preço da vitória não pode ser dado a qualquer custo. Ela precisa ser conquistada com justiça e quem perde tem que aprender a perder”, concluiu o padre.




