Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida convidou alguns fiéis com deficiência para participarem ativamente no caminho sinodal; após a catequese de hoje, foi entregue uma síntese ao Papa
Da Redação, com Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida
Nesta quarta-feira, 21, ao fim da Audiência Geral, algumas pessoas com deficiência encontraram o Papa Francisco e lhe apresentaram os frutos mais significativos da sessão extraordinária de escuta sinodal da qual participaram nos últimos meses.
No mês de maio, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, de comum acordo com a Secretaria Geral do Sínodo, convidou alguns fiéis para participarem ativamente no caminho sinodal, trazendo a sua contribuição por meio de um diálogo aberto com a Santa Sé.
Eram pessoas provenientes dos cinco continentes, representando conferências episcopais e associações internacionais que, em muitos casos, já haviam participado das consultas sinodais em nível diocesano.
Caminho Sinodal
Depois de um encontro on-line que deu início ao caminho, cada um deles foi convidado a enviar um texto escrito, começando com a questão fundamental do Sínodo sobre a sinodalidade. Nestes dias, uma equipe representativa de todos os participantes da sessão de escuta reuniu-se em Roma para entregar a síntese dos trabalhos à Secretaria Geral do Sínodo.
Esta iniciativa nasceu no contexto da reflexão que o Dicastério iniciou há cerca de dois anos sobre a inclusão das pessoas com deficiência e a sua plena participação na vida da Igreja.
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Para uma instituição chamada a cuidar dos fiéis leigos, este não é simplesmente um novo campo de ação pastoral, mas uma afirmação decisiva de que a vocação batismal é verdadeiramente para todos, sem exclusões.
O caminho sinodal revelou-se um momento particularmente propício para responder ao pedido fundamental que os fiéis com deficiência fazem à vida da Igreja: a sua plena inclusão na vida do povo de Deus.
Magistério da fragilidade
Para alcançá-lo, como transparece no trabalho desses meses de consulta, é necessário dar alguns passos concretos. Em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade que leve a dizer “nós, não eles” quando se trata de pessoas com deficiência; reconhecer – como fez recentemente o Papa – que existe um verdadeiro “magistério da fragilidade”.
Segundo o Papa, é necessário trabalhar para que as comunidades eclesiais se tornem acessíveis, tanto ao promover a remoção de barreiras arquitetônicas quanto de barreiras à participação de pessoas com deficiência sensorial ou cognitiva; continuar a lembrar que “ninguém pode recusar os sacramentos a pessoas com deficiência”.
Para o Papa, é necessário entender que a deficiência não está inevitavelmente ligada ao sofrimento e que as sociedades e a Igreja podem fazer muito para evitar discriminações desnecessárias.
O caminho sinodal foi uma oportunidade para que os fiéis com deficiência que o percorreram pudessem compreender mais profundamente que, para viver em plenitude a sua vida, é necessário não se considerar apenas como pessoas necessitadas, mas chamadas, como todas as pessoas, a doar-se aos outros.
Foi também nessa perspectiva que surgiu o pedido de que pelo menos uma pessoa com deficiência possa participar nos trabalhos do Sínodo sobre a sinodalidade.
Ao entregar a síntese ao Papa, um dos participantes disse: “Nós lhe agradecemos porque o Sínodo nos deu a oportunidade de tornar a Igreja ainda mais inclusiva”. O Santo Padre respondeu: “Sou eu quem vos agradeço! Por favor, continue a rezar por mim”.