Ministro da Região do Alto Leste do país insta os líderes católicos locais a usarem a sua influência para alcançar a paz após reinício do conflito na região
Da redação, com Vatican News

Fiéis participam de Missa em Burkina Faso / Foto: Reprodução Fundação ACN
Um conflito de longa data no nordeste de Gana reacendeu após o assassinato de três jovens por homens armados em Bawku, no Alto Leste de Gana. As autoridades responderam implementando um toque de recolher e destacando agentes de segurança na área.
Essas mortes desencadearam uma disputa de décadas sobre o papel dos líderes tribais Mamprusi e Kusasi na região. Historicamente, os Mamprusi afirmavam sua autoridade tradicional sobre a área de Bawku, enquanto os Kusasi defendiam seus direitos como população majoritária.
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Como resultado da violência contínua, a Igreja Católica na região tem-se empenhado em prestar assistência às pessoas deslocadas e em defender a paz na região. Segundo a agência de notícias Fides, do Vaticano, o Ministro da Região do Alto Leste de Gana elogiou esse trabalho.

Núncio Apostólico em Gana, Dom Julien Kabore / Foto: Reprodução Youtube
O Núncio Apostólico em Gana, Dom Julien Kabore, visitou esta parte do nordeste de Gana devastada pelo conflito. A área também abriga centenas de deslocados de Burkina Faso, que fugiram da violência de grupos islâmicos — que, como relata a Fides, agora ameaça se espalhar para esta região de Gana.
Instando a Igreja local a usar sua influência para promover a unidade, o Ministro enfatizou que “ambas as partes envolvidas no conflito estão mais inclinadas a ouvir a voz dos líderes religiosos do que a dos políticos”.
Este conflito remonta aos tempos pré-coloniais e se agravou após a independência de Gana em 1957, à medida que governos sucessivos capitalizavam a influência dos chefes para avançar politicamente.
O Arcebispo Kabore expressou sua gratidão ao governo ganês e ao povo da Região do Alto Leste por sua “hospitalidade e assistência contínuas àqueles que fugiam da situação instável em Burkina Faso”. Em meio à violência contínua, ele elogiou o apoio inabalável do país ao acolhimento e ao abrigo de refugiados em perigo.