EM LORENA

No interior de São Paulo, devotos celebram Nossa Senhora da Piedade

Nesta solenidade mariana, fiéis do interior de São Paulo celebram Nossa Senhora da Piedade. Na cidade de Lorena, gerações inteiras se encontram aos pés da Padroeira do município. E sob o olhar sereno de Maria, a fé se renova.

Reportagem de Matheus Alves e Ederaldo Paulini

Na rua de pedras, passos antigos e novos se misturam. Bandeirinhas azul e branco dançam como se a própria cidade vestisse as cores de Maria. Entre palmeiras imperiais, a catedral se revela o porto seguro para quem busca o colo da Mãe.

Do lado de dentro, cada detalhe é um gesto de amor preparado para receber o céu. “Desde que eu tinha um ano de idade, vinha no colo da minha mãe que agora tá no céu, e aqui agradecendo e louvando a nossa intercessora que nos liga da terra até o céu”, contou de 75 anos, Cátia Motinha. 

E para a padroeira, a pequena Liz de apenas 51 dias é apresentada como quem tem plantada no coração a semente de uma vida inteira de fé. “É a que a gente vem pedir a bênção dele da Nossa Senhora sempre e é a presença dele aqui que nos sustenta”, afirmou a empreendedora, Tatiana Paz. 

“É muito bonito a gente ver que o que a gente passa os filhos vão seguindo o caminho de Deus e um exemplo para a pequenininha também”, reforçou o empreendedor, Fábio Paz. 

Hoje, com há mais de três séculos, o seu olhar de compaixão se lança sobre o povo. Em seus braços cabem dores e sonhos. No seu silêncio, reside a certeza de que nenhuma lágrima se perde ao olhar de Deus. 

“Que Nossa Senhora nos transmite é a espiritualidade da fraternidade, do acolhimento da mãe que quer o bem de todos os seus filhos e filhas”, explicou o bispo de Lorena, SP, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias. 

Num instante mais solene, o sol atravessa o vitral, a luz se debruça sobre o altar e no cálice erguido pelo bispo, a devoção do povo, que contempla a transubstanciação.

Para o historiador, a religiosidade de Lorena é herança viva, molda a identidade da cidade e guarda intacta a primeira devoção mariana da região. “Antes mesmo da devoção a Nossa Senhora Aparecida, da aparição da imagem no Rio, que foi em 1717, já havia o culto à Nossa Senhora da Piedade”, concluiu o historiador, Marcos Troglio.

Na mãe da Piedade todos se encontram, os que chegam pela primeira vez, os que retornam há décadas, os que caminham no colo e os que já dobraram muitas esquinas da vida. Quando a Santa Missa termina, permanece a certeza de que Maria continua a caminhar com o povo e a conduzir cada devoto ao encontro com seu filho.

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