O mês de junho, na cidade mineira, foi marcado pela novena, festa de Nhá Chica e festa do Romeiro, onde fiéis de todo o país visitaram o Santuário da beata para lhe pedir intercessão ou prestar homenagens
Mauriceia Silva
Da Redação
Neste domingo, 20, milhares de fiéis participaram do encerramento da Festa do Romeiro em Baependi (MG). As comemorações na cidade do sul de Minas tiveram início no dia 5, com a novena da Beata Nhá Chica. O evento voltou a ocorrer com a presença do público, dois anos após ter sido paralisado devido à pandemia da Covid-19.
A variada programação do domingo agradou aos mineiros. Na manhã do dia 19, a festa contou com a Santa Missa presidida pelo Padre Antônio Maria, almoço festivo, apresentação de bandas culturais, e a apresentação do programa Canção Nova Sertaneja ao vivo, diretamente do palco do evento em Baependi.
Balanço positivo
Para o reitor do Santuário de Nhá Chica, padre Edson Pereira de Oliveira, mais conhecido como padre Edinho, o balanço da festa foi muito positivo. Ele está muito feliz com tudo o que tem acontecido ao longo desses dias.
“Nós tivemos a novena preparatória que foi um momento muito especial, a festa do dia 14, dia da Beata Nhá Chica, e nesses três últimos dias, momentos muito especiais. Tivemos a presença de milhares de fiéis que vieram aqui a Baependi, ao Santuário da Beata Nhá Chica, para participar da nossa festa do Romeiro, muita oração, também muita ação de graças, tivemos também alguns shows, e também tivemos o programa Canção Nova Sertaneja transmitido ao Vivo.”
Processo de Canonização
A beatificação de Nhá Chica aconteceu no ano de 2013. O processo para que a “santinha de Baependi” suba aos altares se encontra na fase romana, segundo Padre Edinho.
“Para que aconteça a canonização da Beata Nhá Chica, nós precisamos encontrar mais um milagre, e esse milagre ser testemunhado, pela ciência, ser atestado como algo que realmente não tem nenhuma explicação humana, que houve ali realmente a ação divina, para reverter uma situação, que humanamente seja impossível.”
Busca “com fé”
Para o missionário da Comunidade Canção Nova e apresentador do Programa Canção Nova Sertaneja, Elias Torquete Júnior, o programa nasceu para levar ao povo uma experiência de fé e de encontro com Deus, sobretudo ao povo do campo, o povo do meio rural. Para toda equipe, estar em Baependi traz o sentimento de realização da vontade de Deus.
“Estar próximo do povo, sobretudo o povo mineiro que é tão caloroso, no reanima a viver cada vez mais a evangelização. Para nós, então, foi uma confirmação do que é a vontade de Deus para a nossa missão.”
A partir do que viu de perto, o missionário percebe um povo que entendeu, que conheceu realmente a história da beata, e que, com fé, busca incessantemente por esse milagre em sua vida.
“Não tenho dúvida de que a canonização vá acontecer em breve, dessa busca ‘com fé’, do povo, que é o necessário para que o milagre aconteça. Eu acredito realmente, porque vejo no povo essa busca de fé, a sinceridade do povo mineiro, e até mesmo é possível sentir a presença da beata pelo povo, pelos seus conterrâneos, ali de Baependi.
Eu vim aqui agradecer
No Santuário, a nossa equipe de reportagem encontrou uma senhora que, em meio aos fiéis, tinha um olhar especial de agradecimento. A doméstica Ana Lúcia Antunes conta que sua mãe teve uma crise e caiu, até que os exames mostraram que ela tinha um tumor na cabeça.
“E aí começou todo o sofrimento, e aí eu me apeguei muito com a Beata Nhá Chica. Três dias antes da cirurgia, um padre daqui de Baependi esteve na Canção Nova, junto com a Sônia Venâncio no Terço Mariano; foi quando, de joelhos, eu pedi para a Beata Nhá chica que intercedesse por minha mãe, que eu viria aqui agradecer. E eu tô aqui, minha mãe passou pela cirurgia, e ocorreu tudo bem.”
A mãe de Ana Lúcia, a aposentada Laura Aparecida, conta com emoção que, ao receber a notícia da cura, o médico lhe disse: “Para honra e glória de Deus, a senhora está curada. A senhora recebeu uma graça muito grande, a senhora foi vitoriosa, pois a senhora não ficou com nenhuma sequela.
Ana Lúcia afirma que foi algo divino, devido à idade e aos problemas de saúde que sua mãe já tinha antes. “Todo o tumor dela foi retirado, e hoje ela está curada, e eu vim aqui agradecer. Isso tudo através da Beata Nhá Chica.”
Sobre a Beata Nhá Chica
Francisca de Paula de Jesus nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João Del-Rei, e ainda pequena foi para Baependi.
Sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Ela e seu irmão ficaram aos cuidados de Deus e da Virgem Maria, a quem Nhá Chica chamava de “Minha Sinhá”.
Dedicou sua vida a Deus e nunca se casou. Ainda jovem, era procurada para dar conselhos e fazer orações, e para muitos era considerada “santa”.
Recebia a todos, pobres ou ricos, sem distinção, e pessoas de muito longe iam até Baependi muitas vezes apenas para conhecê-la, devido à sua fama de santidade que se espalhou.
Nhá Chica faleceu aos 87 anos e foi sepultada no interior da Capela construída por ela.