Nova edição do relatório da ACN sobre a liberdade religiosa no mundo foi apresentada hoje em Roma, com participação do secretário de Estado vaticano
Da Redação, com informações de Danúbia Gleisser

Apresentação do documento no Pontifício Instituto Patrístico Augustinianum / Foto: Reprodução Vatican News
Em 31 países, a liberdade religiosa não é garantida por lei. Dado alarmante presente na mais recente edição do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, produzido pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). O documento foi apresentado em Roma nesta terça-feira, 21, e faz um alerta diante do avanço da perseguição aos cristãos em vários países. O lançamento no Brasil está agendado para esta quinta-feira, 23, no auditório da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção na PUC-SP.
Entre os presentes no Pontifício Instituto Patrístico Augustinianum, local da apresentação em Roma, estiveram o diretor editorial adjunto do departamento vaticano para a Comunicação, Alessandro Gisotti, e o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin.
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Em seu discurso, o Cardeal Parolin falou da audiência realizada no último dia 10 de outubro em que o Papa Leão XIV recebeu a equipe e os colaboradores da ACN. Ele citou as palavras do Santo Padre, que declarou: “Por mais de vinte e cinco anos, o Relatório Mundial sobre a Liberdade Religiosa tem sido uma ferramenta poderosa para aumentar a conscientização”. E que este relatório faz mais que fornecer informações: é uma testemunha que dá voz aos que não tem voz, pois revela o sofrimento oculto de muitos.

Registros de ataques a igrejas na apresentação do relatório / Foto: Reprodução Vatican News
24 países em alerta vermelho
A presidente da ACN na Itália, Sandra Sarti, lembrou que a primeira edição do relatório ocorreu em 1999 e até hoje fornece um mapa incrível e dramático dos lugares onde acontecem perseguições e discriminações terríveis. “Também está rico de informações e dados que têm um peso específico e que não são relevantes apenas no plano religioso, mas em nível antropológico e cultural”.
A editora-chefe do relatório, Marta Petrosillo, afirmou que “as tendências sobre este assunto, de liberdade religiosa, continuam a piorar.” Ela explicou que o relatório analisou 196 países entre 2023 e 2024 e apresentou o mapa que mostra 24 países em vermelho, onde há perseguições, 38 em laranja, onde há discriminação. O relatório apresentou também que, em 31 países, a liberdade religiosa não é garantida por lei. Em 50, as leis são iguais para todos só em teoria, mas não na prática; e a justiça não é garantida.