Uma das festas religiosas mais tradicionais de Minas Gerais está reunindo milhares de devotos durante essa semana.
Em Congonhas, fiéis vindos de tantos lugares participam do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, uma devoção que atravessa séculos e movimenta a cidade.
Reportagem de Vanessa Anicio e Vitor Ferreira
Em setembro, Congonha se transforma com fiéis de todo o país. São dias de oração e romarias pelas ruas e na basílica para celebrar o Senhor Bom Jesus.
A devoção começou há quase 250 anos, quando foi trazida de Portugal. Desde então, a fé se multiplicou e deu origem ao Jubileu, que hoje reúne milhares de romeiros em uma das maiores festas religiosas de Minas Gerais.
“A devoção a Bom Jesus, ela cresceu muito dentro do estado de Minas, a ponto de Dom Silvério dizer em um dos seus escritos que esse se tornou um dos principais santuários da América do Sul. Isso no final do século XIX, início do século XX”, contou o reitor da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, monsenhor Nedson Pereira.
Júnior é de Itaguara e percorreu cerca de 120 km de bicicleta para seguir cumprindo a promessa feita há mais de 10 anos. “Eu precisava de algumas graças na minha vida. Coloquei na mão do Bom Jesus e fui atendido. Então, enquanto eu tiver força, eu estarei aqui”, afirmou o gerente de manutenção e projetos, Júnior Mateus Lara.
Mais que uma festa religiosa, o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matozinhos de Congonhas é espelho da história coletiva do povo que encontrou no sagrado e no convívio comunitário uma de suas maiores expressões de pertencimento.
“A fé católica que está arraigada no coração das pessoas. E a cada ano as pessoas renovam isso, esse sentimento vindo aqui. E eu tenho certeza que se perguntarmos para qualquer pessoa que veio, ela vai dizer: ‘Olha, o ano que vem vou estar aqui outra vez’. Por quê? porque se sente motivada, sente atraída pelo Bom Jesus e inspirada para viver de modo diferente, de modo novo”, concluiu o arcebispo de Mariana(MG), Dom Airton José dos Santos.