Aos 150 anos, a Catedral de Aracaju passa por uma nova etapa de restauração e reforma. Com uma metodologia inovadora, as obras seguem com o templo aberto e as celebrações mantidas normalmente.
Reportagem de Silas Santos e Sidiclei Sales
A Catedral Metropolitana de Aracaju começou a ser construída em 1862 e foi inaugurada 13 anos depois. Um templo construído sob a influência e tradição europeia e de outros povos.
No início do século XX, as pinturas do artista italiano Oreste Esgate, no forro de Estuque, retratam a coroação e assunção de Nossa Senhora. “Um templo que foi projetado e finalizado em 1875 e traz elementos ecléticos. E nesse ecletismo, ela se torna ímpar para todo o Nordeste. Ela traz elementos neogóticos, traz elementos com inspiração árabe e por dentro teve uma missão italiana na primeira metade do século XX que trouxe toda uma elegância, uma beleza, de uma missão artística italiana que policromou e fez o forro de
estuque”, explicou o restaurador e historiador, Ricardo Moreira.
A nova etapa de restauração tem metodologia diferenciada. A igreja se manterá aberta ao público durante todo o processo. Os fiéis terão a oportunidade de ver e sentir de perto a preservação da história. “Vai poder ver como é essa questão do restauro e vai poder acompanhar o dia a dia. Então acredito que é uma grande mudança, onde vai ser uma grande felicidade pro povo sergipano”, disse a engenheira da Arquidiocese de Aracaju, Paula Raianne Santos.
Como dizia o Papa Francisco, pela arte descobre-se a beleza de Deus. A restauração da Igreja Mãe da Arquidiocese de Aracaju resgata memórias e a vasta herança cultural e artística, preservando assim o patrimônio da Igreja. “Esta igreja que representa, no fundo, a comunidade católica em todo o estado, a primeira sede do bispado de Aracaju em 1910, uma igreja dedicada à Nossa Senhora da Conceição. E nós, enquanto comunidade católica, somos convidados a continuar cuidando desta Igreja”, apontou o arcebispo de Aracaju, Dom Josafá Menezes.
“Quer queira ou quer não, a Igreja Católica cuida de aproximadamente mais de 70% do patrimônio histórico brasileiro. Então, nossa história está intimamente entrelaçada à Igreja Católica. Gerir e cuidar, zelar disso é uma missão fantástica”, concluiu Ricardo.