Antes da novena anual de oração e penitência pela vida, celebrando o 51º aniversário do caso Roe v. Wade, os bispos estadunidenses reiteram que são necessários esforços contínuos para proteger as crianças e as suas mães da “tragédia do aborto”
Da redação, com Vatican News
Igreja estadunidense pede defesa da vida / Foto: Aditya Romansa – Unsplash
Católicos nos Estados Unidos estão se preparando para rezar Nove Dias pela Vida, a novena anual pró-vida que começa este ano em 16 de janeiro.
Patrocinada pelo Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, a novena é realizada antes do Dia Anual de Oração pela Proteção Legal dos Nascituros, em 22 de janeiro, comemorando o aniversário do caso Roe vs Wade, que legalizou o aborto em todo o país.
Primeira novena pela vida em 2013
Foi lançado pela primeira vez em 2013, no 40º aniversário dessa decisão histórica, e inclui a Marcha pela Vida, que é realizada anualmente desde 1974 em Washington D.C. e, em seguida, por todo os Estados Unidos
Cada uma das intenções dos nove dias será acompanhada de reflexão, informação educativa e sugestões de ações diárias para ajudar a construir uma cultura de vida. Os participantes podem partilhar o seu testemunho pró-vida e convidar as suas redes sociais para rezar nas redes sociais com a hashtag #9DaysforLife.
A decisão da Suprema Corte de 2022 anulando o caso Roe vs. Wade
Esta 12ª edição ocorre quase dois anos após a Suprema Corte anular o caso Roe vs. Wade em junho de 2022, concedendo aos legisladores estaduais de todo o país o poder de restringir ou proibir o aborto.
Embora essa decisão tenha sido um passo em frente, os bispos estadunidenses observaram que “são necessários esforços contínuos para proteger as crianças e as suas mães da tragédia do aborto”. Na verdade, disseram eles, a intenção geral da novena é o fim completo do aborto.
Desde junho de 2022, 14 estados dos EUA promulgaram proibições quase totais do aborto, enquanto dois estados — Geórgia e Carolina do Sul — proibiram o aborto após seis semanas de gravidez.
No entanto, outros estados promulgaram leis ou realizaram referendos eleitorais para proteger o acesso ao aborto. Até agora, sete estados votaram diretamente sobre o aborto e duas legislaturas estaduais colocaram alterações constitucionais sobre o direito ao aborto nas suas cédulas de 2024, enquanto os defensores do aborto em pelo menos nove outros estados estão a liderar esforços liderados pelos cidadãos para colocar medidas semelhantes em votação.
Comnunicado sobre a barriga de aluguel
Antes da Novena pela Vida, os bispos dos EUA também aderiram à firme condenação do Papa Francisco da barriga de aluguel como um ataque à dignidade da vida humana.
Em seu discurso anual sobre as condições do mundo a todos os embaixadores acreditados junto da Santa Sé, nesta segunda-feira, 8, o Papa considerou a barriga de aluguel “deplorável” e apelou a uma proibição global da prática exploratória da “chamada maternidade de aluguer”.
“Isso representa uma grave violação da dignidade da mulher e da criança, baseada na exploração de situações de necessidades materiais da mãe. Um filho é sempre um presente e nunca a base de um contrato comercial”, sublinhou o Papa Francisco.
Ecoando as suas palavras, os bispos dos EUA reiteraram numa declaração que a “prática da barriga de aluguer não é moralmente permissível”. “Em vez disso”, disseram “devemos rezar e trabalhar por um mundo que defenda a profunda dignidade de cada pessoa, em todas as fases e em todas as circunstâncias da vida”.
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