Festa é celebrada 50 dias após a Páscoa; professor de História da Igreja explica como atua o Espírito Santo e por que é importante recebê-lo
Kelen Galvan
Da Redação
Neste domingo, 31, a Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes, recordando o envio do Espírito Santo sobre os apóstolos para ficar com eles eternamente (cf. Jo 14,16). Foi a partir desta ocasião que começou a missão pública da Igreja de anunciar o Evangelho, e é o Espírito Santo que a sustenta e guia até hoje.
Segundo professor de História da Igreja, Felipe Aquino, receber o Espírito Santo é uma graça importante para cada fiel ainda hoje, pois Ele é o santificador.
Leia também
.: Charis convida à vigília de Pentecostes neste sábado
“A carta aos romanos diz que quem não tem o Espírito de Cristo não é d’Ele (cf. Rm 8,9). As pessoas precisam do Espírito Santo, porque ele é o nosso santificador, e Ele atua em nossa vida com suas moções interiores. É Ele quem revela a nós os nossos pecados, que nos guia em nossas decisões, com os dons que nós recebemos infusos no batismo”, destaca.
Contudo, Felipe Aquino destaca que para receber o Espírito Santo é preciso querer e pedir mediante uma boa confissão. “Para receber o Espírito Santo, em primeiro lugar, é preciso purificar-se de todos os pecados, porque Ele não entra num coração que esteja sujo. Por isso, é importante uma boa confissão e querer recebê-lo”, explica.
Leia também
.: Como fazer a confissão espiritual neste tempo de pandemia
Aquino destaca que é preciso querer o Espírito Santo para se santificar, para ter forças para viver segundo a vontade de Deus e para ter poder para evangelizar.
“Jesus disse: ‘Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem’ (Lc 11,13). Então, temos que pedir: ‘Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis’, uma oração tão antiga e tão nova que devemos rezar sempre”, afirmou.
Alma da Igreja
Felipe Aquino explica que o Espírito Santo tem um papel essencial na Igreja, e foi derramado sobre ela para que ela iniciasse sua missão salvadora no mundo e se mantivesse no caminho da salvação.
“O Espírito Santo é a alma da Igreja, é a vida da Igreja.”
“O Espírito Santo foi dado à Igreja para assisti-la e guiá-la, para assistir e guiar o Magistério da Igreja, o Papa e os bispos – o Papa tem infalibilidade quando proclama algum dogma, justamente porque é assistido pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é quem conduz toda liturgia da Igreja, onde nos põe em contato com Cristo. É no poder do Espírito Santo que os sacramentos são ministrados. É pelo Espírito Santo que toda evangelização acontece. É pelo Espírito Santo que os santos se tornam santos – Ele é o santificador de cada um dos membros do corpo de Cristo. É o Espírito Santo que dá à Igreja os seus frutos e os seus dons carismáticos. Enfim é a alma da Igreja, é a vida da Igreja”, aponta.
Ele destaca ainda que foi pelo Espírito Santo que a Virgem Maria concebeu Jesus em seu ventre, e anos depois, Jesus, como homem, recebeu o Espírito Santo em seu batismo, para sua missão salvífica.
Origem da Festa
A origem da Festa de Pentecostes vem do Antigo Testamento, chamada de Festa da Colheita (cf. Êxodo 23,14), quando os judeus ofereciam as primícias dos seus frutos a Deus. O nome, originário do grego, significa “cinquenta dias depois”, e era celebrado justamente 50 dias após a Páscoa judaica.
“Jesus escolheu justamente esta festa de pentecostes para a descida do Espírito Santo. E assim, como na festa antiga, o povo oferecia as primícias a Deus, os primeiros frutos, então, o Espírito Santo desce como primeiro fruto da redenção de Jesus”, destaca Aquino.