A Fundação AIS responde aos apelos dos bispos de Hyderabad e de Karachi com um auxílio emergencial para ambas as dioceses; Paquistão sofre com inundações
Da Redação, com Fundação AIS
Voluntário / Foto: RODNAE Productions – Pexels
As autoridades falam nas piores inundações dos últimos trinta anos no Paquistão e classificam a situação de “apocalipse”. A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), em resposta aos apelos dos Bispos de Hyderabad e de Karachi, decidiu o envio de ajuda de emergência para ambas as dioceses.
Até ao momento, há pelo menos 1500 mortos, meio milhão de deslocados e cerca de um terço do país inundado. Calcula-se que mais de 33 milhões de paquistaneses foram afetados gravemente pelas chuvas torrenciais.
As tempestades ocorridas durante os meses de verão devastaram campos agrícolas, destruíram casas, pontes, estradas, fábricas, escolas e hospitais.
Como consequência, teme-se já por situações de fome, com escassez de alimentos para serem distribuídos pelas populações mais carenciadas e problemas também ao nível da saúde pública.
Algumas regiões do Paquistão foram mais afetadas do que outras, embora se possa falar numa situação de calamidade geral em todo o país. Entre as regiões mais atingidas pelas fortes chuvas, está a província de Sindh, onde se estão as dioceses de Hyderabad e de Karachi.
Ambos os bispos entraram em contato com a Fundação AIS Internacional pedindo ajuda para as comunidades locais mais duramente atingidas pelas fortes inundações. Muitas pessoas perderam tudo o que tinham e dependem agora, exclusivamente, da caridade.
Paróquias inundadas, pessoas refugiadas
A Diocese de Hyderabad é um exemplo da tragédia em que se encontra o país. Todas as suas 19 paróquias estão inundadas e muitas pessoas refugiaram-se nas igrejas depois de terem perdido todos os seus haveres.
“Milhares de famílias estão rodeadas pelas águas das cheias e milhares estão sentadas à beira da estrada sem condições adequadas. Não têm comida, nem água potável, abrigo, casas de banho ou assistência médica”, descreve o Bispo de Hyderabad, Dom Samson Shukardin, numa mensagem enviada para a AIS.
“As crianças são quem mais sofrem. O consumo de água contaminada está provocando doenças e a ameaça dos mosquitos está causando várias doenças de pele e malária nas comunidades afetadas pelas recentes inundações”, acrescenta o Bispo.
“Muitas famílias refugiaram-se nas igrejas locais, uma vez que as suas casas foram inundadas com a água da chuva, mas muitas das igrejas estão também inundadas”, diz D. Shukardin.
Em Karachi, o ambiente não é muito diferente. Dom Benny Travis fala em inundações que “provocaram uma onda de morte e de destruição que continua a ceifar vidas e a devastar o país”.
O arcebispo de Karachi também escreveu à Fundação AIS para pedir ajuda. “As inundações causadas pelas fortes chuvas continuaram a fazer estragos, destruindo meios de subsistência e arrasando comunidades inteiras, semeando a morte e o sofrimento no seu caminho”.
“As pessoas vivem a Céu aberto, as suas casas estão danificadas; as cheias cortaram estradas, as cadeias de abastecimento de mercadorias foram afetadas; o risco de surto de doenças é iminente devido às águas estagnadas e à previsão de mais chuvas.”
A ajuda enviada
Face a esta situação dramática, e também em resposta aos apelos de solidariedade para com o povo paquistanês, que o Papa Francisco tem repetido, a Fundação AIS decidiu avançar a nível internacional com um apoio excepcional para estas duas dioceses.
Para a Diocese de Hyderabad, serão canalizados 200 mil euros para ajuda de emergência para cerca de 5 mil famílias. O objetivo é fazer chegar containers de alimentos durante um mês para as pessoas mais vulneráveis, mas também apoio na distribuição de redes mosquiteiras e repelentes.
Também faz parte do plano a criação de unidades móveis de saúde, de abrigos temporários, e auxílio na reparação das infraestruturas danificadas nas igrejas de forma a permitir que as paróquias possam acolher vítimas das cheias.
No caso da Diocese de Karachi, vai ser entregue uma verba de 30 mil euros para o fornecimento de containers de alimentos, artigos de cozinha e de limpeza, que permitam às famílias tornar as suas casas novamente habitáveis.
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