Luto

Falece arcebispo emérito de Campinas, Dom Gilberto Pereira Lopes

Velório de Dom Gilberto começa nesta terça-feira e sepultamento será na quinta; arcebispo de Campinas decretou luto de sete dias e pediu que sejam oferecidas Missas em sufrágio por sua alma

Da redação, com Arquidiocese de Campinas

Dom Gilberto Pereira Lopes / Foto: Diocese de Ipameri

A arquidiocese de Campinas (SP) comunicou na tarde desta segunda-feira, 22, o falecimento de seu arcebispo emérito, Dom Gilberto Pereira Lopes, aos 98 anos, no Hospital Celso Pierro da PUC-Campinas.

O velório terá início nesta terça-feira, 23, às 16h, com a Santa Missa na Catedral Metropolitana. Neste mesmo dia terá outras duas celebrações às 18h15 e às 20h. Na quarta-feira, 24, serão celebradas seis Missas: 07h, 09h, 12h15, 16h, 18h15 e 20h.

Na quinta-feira, 25, haverá uma Missa às 07h e às 09h acontecerá a Missa de Exéquias, presidida pelo arcebispo metropolitano de Campinas, Dom Dom João Inácio Müller. Em seguida, ocorrerá o sepultamento de Dom Gilberto na cripta da Catedral.

Em comunicado oficial, Dom João Inácio decretou luto oficial de sete dias em toda a arquidiocese e pediu a todos os sacerdotes que ofereçam as Santas Missas em sufrágio pela alma de Dom Gilverto. “Rezemos para que Dom Gilberto, que serviu com amor e generosidade à nossa Arquidiocese, alcance agora a plenitude da vida eterna junto de Deus, a quem sempre buscou e anunciou”, pediu o arcebispo.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma Nota de Condolência em agradecimento à vida e à contribuição de Dom Gilberto na caminhada do episcopado brasileiro.

“Sinodalidade foi um marca de seu pastoreio à frente da Igreja Particular de Campinas, registrada na forma colegiada de organizar a vida da Igreja e os Planos de Pastoral construídos a partir da escuta atenta do povo de Deus naquela arquidiocese. Cuidadosa também foi a sua dedicação ao acompanhamento à formação do clero”, destaca a nota.

Dom Gilberto exerceu diversas funções na CNBB. Em 1970, foi nomeado para o Conselho Nacional do Movimento de Educação de Base (MEB), da CNBB. Em 1974, assumiu a coordenação da Linha VI – Pastoral Social da CNBB. Em 1975, foi eleito membro da Comissão Episcopal da Ação Social da CNBB e, no mesmo ano, membro da Comissão Episcopal de Ação Social do CELAM.

Biografia e trajetória eclesial

Nasceu em Santaluz (BA), no dia 14 de fevereiro de 1927, filho de Salustino Lopes de Souza e Alice Pereira de Souza. Em 1937, mudou-se com a família para Petrolina (PE). Frequentou o seminário menor em Petrolina. Cursou Filosofia e Teologia em Olinda. Foi ordenado presbítero, na catedral de Petrolina, no dia 4 de dezembro de 1949.

Em 1955, atendendo a um convite de seu amigo e antigo reitor, Dom Luiz Mousinho, transferiu-se para Ribeirão Preto, onde foi vigário cooperador da catedral, reitor do seminário “Maria Imaculada” e cura da catedral. Incardinado na arquidiocese de Ribeirão Preto em 1958, foi constituído cônego teologal do Cabido Metropolitano.

Em 1961 e 1962 cursou Pedagogia no Instituto Católico de Paris, apresentando o trabalho para licenciatura “Adolescência e Seminário Menor”. No dia 3 de novembro de 1966 foi nomeado 1º bispo da diocese de Ipameri (GO), tendo recebido a ordenação episcopal a 18 de dezembro de 1966. Tomou posse da diocese em 2 de fevereiro de 1967.

Em 1970, foi nomeado para o Conselho Nacional do Movimento de Educação de Base (MEB), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 1974 assumiu a coordenação da Linha VI – Pastoral Social da CNBB.

Ainda em 1974, na Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB, foi eleito secretário-geral do regional Centro-Oeste da CNBB. Em 1975 foi eleito membro da Comissão Episcopal da Ação Social da CNBB e, no mesmo ano, membro da Comissão Episcopal de Ação Social do CELAM.

Em 1976 , Dom Gilberto Pereira Lopes foi nomeado pelo Papa Paulo VI, no dia 24 de dezembro de 1975, como arcebispo coadjutor, tomando posse no dia 7 de março de 1976.

Na Assembleia dos Bispos do Brasil, em abril de 1978, Dom Gilberto, juntamente com Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Luciano Mendes de Almeida, foi eleito delegado do Brasil para a 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla, no México. Com a renúncia de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, no dia 26 de janeiro de 1980, o Papa João Paulo II o nomeou arcebispo titular de Aurusuliana e administrador apostólico “Sede Plena” da arquidiocese de Campinas.

Sua posse canônica se deu na catedral metropolitana, no dia 7 de março de 1980, dia que se comemorava três anos de sua posse como coadjutor na Arquidiocese. No dia 10 de fevereiro de 1982 foi promovido a arcebispo de Campinas, recebendo o Pálio, por procurador, no Consistório em 24 de maio do mesmo ano, realizado no Vaticano

Em 1981, na Assembleia do regional Sul 1, Dom Gilberto foi escolhido para ser o representante do regional na CNBB. Recebeu, ainda, nomeação do Papa João Paulo II como membro da Congregação para Educação Católica (Seminários e Institutos de Estudos). De 18 a 25 de abril de 1989, Dom Gilberto foi representante do Brasil no 3º Congresso Internacional sobre Universidade Católica, realizado em Roma, com 175 representantes de todo o mundo.

A preocupação e zelo que sempre teve com seus irmãos no sacerdócio fez com que Dom Gilberto criasse a Sociedade Beneficente João Paulo II, com finalidade de gerir a “Casa do Padre”, construída para acolher sacerdotes da arquidiocese já aposentados e idosos, como também padres necessitados de moradia permanente ou temporária.

Dom Gilberto acolheu o 14º Congresso Eucarístico Nacional, de 14 a 21 de julho de 2001, foi um marco para a Igreja e para a cidade de Campinas, reunindo mais de 250 mil pessoas na Celebração de encerramento, dando testemunho público da fé em Jesus presente e vivo na Eucaristia.

Ao completar 75 anos de idade, enviou sua carta de renúncia ao Papa João Paulo II, que aceitou o pedido em 2 de junho de 2004.

(Informações: CNBB) 

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