Última Peregrinação Internacional Aniversária do ano foi presidida pelo arcebispo da Beira, em Moçambique, Dom Cláudio Dalla Zuanna
Da Redação, com colaboração de Gracielle Reis

Santuário de Fátima nesta segunda-feira, 13/ Foto: Santuário de Fátima
No Santuário de Fátima, 150 mil peregrinos se reuniram para a última Peregrinação Internacional Aniversária do ano. Em 13 de outubro de 1917, a Virgem Maria apareceu pela última vez aos três pastorinhos na cova da iria. A celebração foi presidida pelo arcebispo da Beira, em Moçambique, Dom Cláudio Dalla Zuanna.
A peregrinação aniversária aconteceu em meio a dias históricos com a ida da imagem original da Capelinha para Roma. No Vaticano, o Papa Leão XIV consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria e ofereceu uma Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima. Esta é a quarta Rosa de Ouro oferecida por um papa ao Santuário.
Encontro com Deus
Em sua homilia, Dom Cláudio afirmou que toda a peregrinação é um momento privilegiado de aproximação e encontro com Deus. Em Fátima, ele recordou que Nossa Senhora disse: “façam aqui uma capela em minha honra”. Deste modo, ali é o local “do encontro”. “Maria, arca da nova aliança, Mãe do Filho de Deus, se torna o lugar do encontro entre a humanidade sofredora e a Misericórdia do Pai”, complementou.
O arcebispo da Beira enfatizou que, na sua potência e misericórdia, Deus faz de Maria a sua admirável morada. “Nela brota, pela ação do Espírito, o Deus-conosco. Aproximar-se de Maria é aproximar-se do seu Filho Jesus”, refletiu.

Dom Cláudio Dalla durante procissão no Santuário de Fátima/ Foto: Santuário de Fátima
Ser pedra viva
Em Jesus, segundo as palavras de São Pedro, “todos entram na construção deste templo espiritual”, disse Dom Cláudio. Um templo que tem como pedra angular o próprio Cristo, que quis associar a Ele, como pedra de fundamento, Simão Pedro e os seus sucessores com a sua profissão de fé.
“O Senhor quer que sejamos ‘pedras vivas’ na construção da sua morada entre os homens, na edificação da sua Igreja que tem em Jesus Cristo a ‘pedra viva’ escolhida e preciosa; pedras vivas testemunhas de esperança e não simples usuários da ação de Deus e da Igreja em nosso favor”, frisou.
Com esperança, levar Cristo ao mundo
Como Maria, que após o anúncio do Anjo saiu apressadamente para servir a sua prima Isabel, o arcebispo da Beira destacou que todos são chamados a levar Cristo, nossa esperança, ao mundo que d’Ele muito precisa.
“Esta peregrinação à qual nos associamos alimenta a vida segundo o Espírito que no Batismo nos foi dada e nos faz crescer como pedras vivas. Participamos nesta peregrinação, a convite de Nossa Senhora, como peregrinos da esperança, a caminho da herança que nos é preparada no Céu: a plenitude da vida em Deus”, disse.

Fiéis reunidos para a última Peregrinação Aniversária do ano/ Foto: Santuário de Fátima
Cominho de conversão leva à paz
Dom Cláudio indicou que Maria, em Fátima, apontou os passos, os meios e as atitudes para que a peregrinação de todos os fiéis seja fecunda e faça parte da construção da admirável morada de Deus. Entre os apontamentos de Nossa Senhora, ele destacou a construção da paz, a salvação do mundo e a conversão pessoal.
A paz, tão necessária, como no tempo das aparições, só é possível se o coração de cada um enveredar pelo caminho da conversão e se abrir ao bem, ao perdão, à solidariedade e ao cuidado da vida, afirmou o arcebispo.
“Ela aqui nos indicou a oração associada à devoção do terço, através do qual contemplamos os mistérios da vida de Jesus e o cumprimento da salvação, caminhando juntos com Nossa Senhora, Jesus e a Igreja, pedindo o perdão dos pecados, a conversão dos pecadores e a paz no mundo”, argumentou.
Dom Cláudio lembrou que Nossa Senhora convidou todos os fiéis à Adoração Eucarística, atitude que melhor manifesta o respeito por Deus e sintetiza a orientação profunda da vida. “Neste lugar, Maria mostrou-nos o valor da oferta dos nossos sacrifícios para a vinda do Reino de Deus, Reino de justiça e de paz.”
Nossa Senhora também ensinou que a experiência de fé deve abrir todos à vivência da caridade, revelou o presidente da celebração. O arcebispo reforçou que a caridade é o critério de autenticidade da vida cristã.