Partilha e caridade

Em Fátima, fiéis realizam Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado

Peregrinação recorda a 4ª aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos e aponta partilha e caridade cristã como caminho para um mundo mais justo

Da Redação, com Santuário de Fátima

O bispo de Santarém, Portugal, Dom José Traquina, presidiu nesta quinta-feira, 13, a Missa da Peregrinação de Agosto, que integrou pela 48º vez a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado, e assinalou a quarta aparição de Nossa Senhora, que aconteceu a 19 de agosto, nos Valinhos, a cerca de três quilômetros da Cova da Iria.

Peregrinos portugueses, espanhóis, poloneses e italianos participam de celebração / Foto: Santuário de Fátima

Na homilia dirigida aos fiéis, Dom José falou sobre a partilha e a caridade cristãs como caminho para uma humanidade mais justa. A partir do Evangelho proclamado, que relatou o episódio das Bodas de Caná, o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana destacou o papel de intercessão da Virgem Maria na História da Salvação para deduzir a missão da Igreja na procura de um mundo mais fraterno, em especial com os migrantes explorados, os pobres, os refugiados e os deslocados.

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“Sejamos extensivos, a sua noiva que é a multidão de homens e mulheres que eram como ovelhas sem pastor, são hoje os atuais milhões de pobres em todo o mundo, os milhões de refugiados que têm de fugir como Jesus para terem vida, os migrantes que, por desconhecimento das formas legais de emigrar, são explorados por contrabandistas e traficantes, os milhões de pessoas deslocadas forçadamente dentro do seu próprio país por falta de segurança. Todos esses têm direito à festa nupcial”, afirmou o bispo, exortando a assembleia à partilha e caridade, metas do amor cristão.

Peregrinos ofertam trigo / Foto: Santuário de Fátima

“Nada nem ninguém ‘poderá separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo Jesus, nosso Senhor’ (Rm 8,39). É este amor indestrutível que celebramos na Eucaristia, o grande sacramento da Igreja que suscita e alimenta o zelo apostólico e a prática da caridade”, destacou. Na conclusão, tomou como exemplo a entrega dos Pastorinhos de Fátima à “Luz de Cristo que vence as trevas” pelo serviço ao próximo.

No ofertório da celebração, cumpriu-se pela 80ª vez a oferta de trigo, pelos peregrinos, num gesto que remonta a agosto de 1940, quando um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica, de 17 paróquias da diocese de Leiria, ofereceu 30 alqueires de trigo, destinados ao fabrico de hóstias para consumo no Santuário de Fátima.

Além dos peregrinos portugueses que integraram a 48ª Peregrinação dos Migrantes, inscreveram-se nos serviços do Santuário para participar nas celebrações sete grupos , três dos quais estrangeiros, nomeadamente de Espanha, Itália e Polônia.

“Se não cuidarmos uns dos outros não curaremos o nosso mundo enfermo”

Antes da Procissão do Adeus, o bispo de Leiria-Fátima, cardeal Dom António Marto, fez a habitual saudação final, desejando, em primeiro lugar, um “abraço espiritual” aos migrantes presentes na Cova da Iria e os que acompanhavam a Peregrinação através dos meios de comunicação social.

“É sempre bela esta peregrinação de agosto, sobretudo por esta característica particular de ser dedicada a todos os migrantes: a todos os nossos irmãos que trabalham no estrangeiro e que hoje estão aqui a representar diferentes povos, mas irmanados na mesma fé e amor, formando uma só família, para além de todas as diferenças”, destacou Dom Marto.

Em seguida, saudou o presidente da Peregrinação, Dom José Traquina, a quem agradeceu a mensagem “interpeladora e bela” que apelou ao “reforço dos laços da solidariedade e da partilha fraterna e ao fortalecimento da esperança no futuro de uma mundo melhor”.

“Se não cuidarmos uns dos outros, não curaremos o nosso mundo enfermo”, disse o prelado, citando o Santo Padre, ao pedir a oração pela paz no mundo, em particular pelo povo libanês.

Dom António Marto enviou também uma saudação aos Bombeiros, que nos últimos dias combatem os incêndios no país, em especial aos que faleceram no exercício desta função. Lembrou os doentes e seus familiares, em especial os que sofrem com a pandemia.

No final da sua intervenção, o bispo de Leiria-Fátima fez notar a presença das crianças e lhes enviou uma saudação de carinho e afeto e uma bênção especial em nome de Jesus e dos Pastorinhos de Fátima para uma infância feliz.

 

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