Cuidado com a casa comum

Em acordo, Itália e Santa Sé implementarão sistema agrovoltaico

Projeto será implementado em Santa Maria di Galeria e garantirá o fornecimento completo de energia ao Estado da Cidade do Vaticano

Da Redação, com Vatican News

Sistema agrovoltaico /Foto: Canva

Nesta quinta-feira, 31, às 12h, no Palácio Borromeo, em Roma, sede da Embaixada da Itália junto à Santa Sé, foi assinado o Acordo entre a Santa Sé e a República Italiana para a implantação de um sistema agrovoltaico em Santa Maria di Galeria, área extraterritorial na área rural romana, cujo status remonta a acordos com o governo italiano em 1951. A instalação da Rádio Vaticano, atualmente usada para transmissões de ondas curtas, está localizada lá desde 1957. O Papa  leão XIV visitou o local em 19 de junho para visitar o Centro de Transmissão e o local onde o projeto do sistema agrovoltaico foi desenvolvido, com base no Motu Proprio Fratello Sole.

Assinou pela Santa Sé o arcebispo Paul Richard Gallagher, arcebispo Titular de Hodelm e secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, e pela República Italiana, Dr. Francesco Di Nitto, embaixador da Itália junto à Santa Sé.

Participaram da cerimônia solene, representando a Santa Sé, o presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, o arcebispo Giordano Piccinotti; e a presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, que assinou a Ata do Acordo, Irmã Raffella Petrini, FSE, que assinou a Ata do Acordo. Também estiveram presentes: o presidente do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, Venerando Marano; secretário da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, Fabio Gasperini; secretário-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, advogado Giuseppe Puglisi-Alibrandi; oficial da Secretaria de Estado, Seção para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, padre Massimiliano Matteo Boiardi; oficial da Secretaria de Estado, Seção para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, padre Carlos Fernando Díaz Paniagua; e o diretor da Área de Gestão Imobiliária da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, o engenheiro Diego Malosso.

Representando a parte italiana, assinaram a ata do acordo: o chefe do Gabinete Legislativo do Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional, ministro Plen. Stefano Soliman; a primeira conselheira da Embaixada da Itália junto à Santa Sé, Jessica Laganà. Representantes das administrações central e local italianas que contribuíram para o acordo também estiveram presentes.

Intuição e motivação do Papa Francisco com a Laudato Si’

Em seu discurso, o arcebispo Gallagher expressou inicialmente seu apreço pelo governo italiano e por todos aqueles que contribuíram para as negociações que levaram ao acordo. Em seguida, recordou esse compromisso com o cuidado da casa comum, tão caro ao Papa Francisco que dedicou “um dos documentos mais significativos de seu pontificado, a encíclica Laudato Si’, à questão, cujo décimo aniversário é comemorado este ano.

O arcebispo citou uma passagem da Laudato Si’, na qual Jorge Mario Bergoglio observou: “No mundo, é exíguo o nível de acesso a energias limpas e renováveis. Mas ainda é necessário desenvolver adequadas tecnologias de acumulação”. O Papa argentino também enfatizou no documento que “houve também alguns investimentos em modalidades de produção e transporte que consomem menos energia exigindo menor quantidade de matérias-primas, bem como em modalidades de construção ou restruturação de edifícios para se melhorar a sua eficiência energética. Mas estas práticas promissoras estão longe de se tornar omnipresentes”.

Gallagher se inspirou neste ponto para enfatizar que “medidas significativas e importantes foram tomadas na última década, mas ainda há muito a ser feito para reduzir as emissões e acabar com as formas de poluição que envenenam a vida humana e destroem a Terra”.

Acordo

O acordo, composto por cinco artigos, entrará em vigor na data de recebimento da última notificação escrita pela qual as partes se comunicaram mutuamente, por via diplomática, a conclusão dos procedimentos internos necessários para sua entrada em vigor.

Ele é sinal das excelentes relações bilaterais, adapta as obrigações contratuais existentes entre as partes às novas possibilidades abertas pela evolução do conhecimento científico e tecnológico em relação à produção de energia a partir de fontes renováveis, à luz do compromisso compartilhado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, concluída em Nova York em 9 de maio de 1992, e do Acordo de Paris relativo à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, adotado em Paris em 12 de dezembro de 2015.

Este passo permitiu tornar a construção de uma usina agrovoltaica na região de Santa Maria di Galeria, de propriedade da Santa Sé. Essa usina fornecerá eletricidade ao Estado da Cidade do Vaticano a partir de fontes renováveis. A usina utilizará soluções que, dado o estado atual da ciência e da tecnologia, garantam o maior respeito possível pelo território, conciliando da melhor forma os objetivos de preservação do uso agrícola do solo, manutenção do equilíbrio hidrogeológico da área, minimização do impacto ambiental na medida do possível e garantia da proteção do patrimônio cultural, arqueológico e paisagístico.

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