Dom Paul Richard Gallagher discursou na Reunião de Alto Nível sobre o tema das pandemias: refletir sobre a ligação entre pobreza e negligência da saúde
Da redação, com VaticanNews
O secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais da Santa Sé, Dom Paul Richard Gallagher, participou da Reunião de Alto Nível sobre prevenção, preparação e resposta a pandemias realizada nesta quarta-feira, 20, em Nova York.
Em seu discurso, Dom Gallagher afirmou que a emergência de saúde lembrou a população mundial não apenas de “nossa fragilidade”, mas também da “interconexão fundamental e dependência uns dos outros”, bem como da “responsabilidade para com os outros”.
Ele lembrou que, durante a pandemia, houve “tanta boa vontade e dedicação”, em todos os níveis da sociedade, mas também houve muita desigualdade.
Para Gallagher, continua sendo “preocupante que a porcentagem de pessoas em países de baixa renda que receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 seja cerca a metade da taxa em países de alta renda”. Aqui, também, é necessário “colocar em prática a solidariedade global” e, portanto, “priorizar o acesso universal às tecnologias de saúde, especialmente para os mais vulneráveis”.
Uma resposta justa às futuras pandemias
Segundo ele, este é um problema que também precisa ser resolvido “para as futuras pandemias”. “Além de uma solução rápida, é necessário garantir uma resposta justa às futuras pandemias”, disse o representante da Santa Sé.
Dom Gallagher acrescentou que não há tempo a perder e afirmou que todas as respostas confiáveis às emergências de saúde “devem respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais’, incluindo a liberdade de opinião e expressão, a liberdade de consciência e a liberdade de religião ou crença. “Portanto, devem ser incluídos mecanismos de solidariedade para ajudar os países a fornecerem medicamentos e assistência de saúde adequados às suas populações, respeitando sua sensibilidade cultural e soberania”.
Por fim, o arcebispo fez um apelo para “incentivar e facilitar a coordenação e a cooperação” entre as organizações internacionais no compartilhamento de informações científicas e know-how em nível internacional. Esse também é um ponto “crítico” neste momento.