Cardeais Krajewski e Steiner celebram funeral de José Carlos de Sousa na capela da Igreja de Santa Mônica, nesta terça-feira, 15
Da Redação, com Vatican News
Após dois meses de seu falecimento, o corpo do brasileiro José Carlos de Sousa foi sepultado no cemitério Flaminio – Prima Porta, em Roma. A cerimônia foi presidida nesta terça-feira, 15, pelos cardeais Konrad Krajewski e Leonardo Ulrich Steiner , na capela da Igreja de Santa Mônica. José Carlos faleceu aos 61 anos, vítima de uma doença no fígado.
Dois cardeais deram o último adeus a uma das muitas pessoas pobres da área de São Pedro. José Carlos morreu em agosto no hospital São Carlos em Roma. A cirrose hepática o deixou tão doente, que ele não conseguia nem se mover. “Nós o acompanhamos ao ambulatório sob a colunata, mas seus dias estavam contados”, lembrou o padre Roberto Cherubini, sacerdote da Comunidade de Santo Egídio.
Na igreja situada a poucos metros de São Pedro, que leva o nome da mãe de Santo Agostinho, havia cerca de 30 pessoas, incluindo voluntários da Comunidade de Santo Egídio e Unitalsi, as Missionárias da Caridade e a congregação coreana das Irmãs Kkottongnae de Jesus, alguns jovens que acompanharam a liturgia com cantos de violão em italiano e português e os companheiros de rua de José.
Homilia de Krajewski
Em sua homilia focada na importância de ter um coração limpo, o cardeal Krajewski sublinhou que não são as roupas, os trajes que importam, mas sim o coração. “Quando está limpo, todas as coisas que você vê são limpas. O coração se torna nossos olhos para o mundo. O nosso José sabe de tudo isso. Ele não precisa mais se confessar, não espera pelo fruto do Sínodo, por algum livro para melhorar a vida cristã. Ele sabe tudo, porque, agora, está perto de Deus, que é misericordioso, que não se cansa dos nossos pecados, que sempre nos acolhe e sempre nos perdoa”, enfatizou.
Dom Krajewski recordou sobre a vida do sem-teto entre os mármores de Bernini. “Talvez, quando estava sob a colunata, tenha sido julgado pelos fiéis, pelos peregrinos, pelos turistas. Digamos que não se apresentava de forma esplêndida. Mas Jesus nos diz que isso não é tudo para o homem, o tudo é o coração”.
“Anjos da caridade”
Krajewski agradeceu aos voluntários que compareceram ao funeral. “Eles o conheciam porque levavam a ele comida, muitos o levavam ao ambulatório. Sabemos o quanto ele estava doente. Esses anjos representavam a fé pela caridade. Ao ajudá-lo, vocês ajudaram o próprio Jesus, que tem o rosto de todos aqueles que estão sob a colunata. Aqueles homens e mulheres de diferentes nacionalidades, línguas, costumes, que junto com José Carlos, quando chegar a nossa hora de encontrar Jesus, talvez nos ajudarão a abrir um pouco a porta do Paraíso”, concluiu o cardeal Krajewski.