Conheça mais sobre a história desse santo e o relato de devotos que ainda hoje experimentam o auxílio espiritual de Padre Pio
Kelen Galvan
Da redação, com Huanna Cruz
Padre Pio de Pietrelcina é um dos santos mais populares entre os fiéis católicos. O frade capuchinho, celebrado nesta segunda-feira, 23, teve sua vida marcada pela profunda intimidade com Jesus, e tornou-se muito conhecido por seus dons místicos: recebeu as chagas de Cristo em suas mãos, dom da bilocação, da levitação entre outros.
Ainda hoje, muitos devotos experimentam o auxílio desse santo, sentindo sua proximidade espiritual e intercessão. Conheça algumas experiências de devotos do Padre Pio:
“Eu conheci Padre Pio muito pequeno, por um santinho que minha madrinha deixava no meu berço, e depois me acompanhou durante a minha caminhada. A minha devoção a Padre Pio surgiu de forma natural. Quando criança, eu tinha muita dificuldade em dormir sozinho, e, um dia, minha mãe entrou no meu quarto para me acompanhar, como de costume, e ficou surpresa quando eu disse que ela podia ir para o seu quarto, pois estava com meu ‘amigo velhinho com luvas’. E isso durou bastante tempo, até que eu encontrei um devocionário do Padre Pio em uma loja da Canção Nova, em Londrina (PR), e disse: ‘Mamãe, está aqui o meu amigo que você sempre me perguntou, o meu amigo velhinho com luvas!’. (…) Vivo a devoção a Padre Pio buscando seu exemplo sempre, na humildade. (…) Ser um devoto é um convite a viver com um coração aberto ao sofrimento do outro e a encontrar em Jesus a força para enfrentar as adversidades.” (Giovani Sávio Eleutério Lopes)
“Minha história com o Padre Pio aconteceu assim: eu passava por muitas dificuldades e estava entrando em depressão, e isso foi aumentando até que um dia tentei suicídio. E foi nesse momento que tive meu encontro com Padre Pio. Até então, eu não o conhecia. Eu comentei com minha esposa que eu tive a sensação de que um homem vestido de marrom estava ali comigo no momento, e não permitiu que eu atentasse contra minha vida. Nesse período, eu trabalhava em um escritório de contabilidade; um dia, durante o horário de almoço, eu estava pesquisando na internet e encontrei uma foto do Padre Pio. E ali eu tive certeza que era o homem que estava lá comigo naquele momento. E, ali, iniciei meu processo de conversão.
Ele [Padre Pio], como um bom pai, levou-me para o confessionário, e minha vida foi mudando. Comecei a participar do grupo de oração, e minha vida foi se transformando. E há exatamente três anos eu recebi um grande presente vindo de Padre Pio: fui chamado para fazer uma leitura na Missa no dia da festa do Padre Pio; após a Celebração, nosso pároco chamou minha esposa e eu para sermos ministros da Eucaristia. Foi uma grande alegria perceber toda a mudança em minha vida por meio da intercessão deste homem que me acolheu como pai espiritual. Tenho um amor muito grande por ele, pois ele me apresentou a Jesus” (Paulo Sousa).
“Minha experiência com Padre Pio aconteceu em um momento em que eu precisava tomar uma decisão importante em uma área da minha vida e estava profundamente indecisa. Eu queria fazer a vontade de Deus, mas não sabia como agir. Então, em oração, conversei diante de um quadro de Padre Pio que eu tinha em casa. No dia seguinte, recebi uma clareza imediata sobre o que Deus desejava para mim. Atribuo essa graça à intercessão de Padre Pio.” (Adelita Stoebel)
“Meu contato com o Padre Pio é bem antigo. Eu tive a graça de ir a San Giovanni Rotondo, no ano de 2005, e poder conhecer um pouco da história dele, o lugar onde ele viveu, o hospital que ele mesmo construiu para os pobres. Eu fiquei muito impressionada. Eu já tinha assistido ao filme dele várias vezes e tinha ganhado relíquias, medalhas, orações etc. Então, a presença de Padre Pio sempre foi muito constante em minha vida. Eu até sempre brinquei, dizendo a ele que a gente era ‘só colega’. A vida espiritual dele, sobretudo, sempre me impactou. Sempre achei muito ousada e muito forte, então eu tinha um receio de me aproximar dele e correr riscos. Em 2008, tive a graça de ir novamente a San Giovanni quando o corpo dele estava exposto. Para mim, foi uma experiência muito forte. Eu nunca fui atrás de Padre Pio, ele sempre veio até mim. Ele foi sempre uma presença paciente na minha vida, na minha história, mas, ao mesmo tempo, muito concreta. Há umas frases dele que sempre me acompanham: ‘Na vida espiritual, quem não progride, regride’; outra que diz: ‘A nossa arma de combate é o Rosário’; e também: ‘Uma só coisa é necessária: unir-se a Jesus’. Padre Pio é um santo por quem eu tenho muito respeito, que me leva muito para a experiência com Nosso Senhor, para essa união que eu, como celibatária, sou chamada a viver. E eu conto muito com a intercessão dele.” (Tatiana Ferreira)
“Sou devota de Padre Pio há 20 anos. Desde então, já vivi várias situações com ele, como, por exemplo, sentir a presença dele muito forte em algumas Missas que participei. Teve uma vez também que uma das minhas sobrinhas estava muito mal de saúde e nenhum médico descobria o que era. Eu comecei a fazer a novena, que faço todo ano, e o médico descobriu o que ela tinha. Foi cirúrgico e, com a graça de Deus e a intercessão de Padre Pio, a cirurgia foi um sucesso, não deixou nenhuma sequela.” (Valéria Silva Martins Andrade)
“Minha experiência com Padre Pio começou quando precisei mudar de cidade. Foi muito difícil para mim, mas me deparei com um quadro de Padre Pio. Olhei, pedi seu auxílio e, ali, meu coração foi se acalmando. Tempos depois, já na nova cidade, comecei a ter problemas para dormir. Ali, comecei a sentir a presença de Padre Pio comigo, como se estivesse cuidando de mim durante a noite. Era uma presença muito forte. Comecei a ficar mais próxima deste santo, e essas experiências me aproximaram da pessoa que hoje é meu marido. Hoje, olhando para trás, percebo que foi Padre Pio quem conduziu toda a nossa história, pois meu marido também sempre foi muito devoto dele.” (Luciana Munhoz Reina)
Quem foi Padre Pio?
Francesco Forgione era o seu nome de batismo. Ele nasceu em Pietrelcina, na Itália, no dia 25 de maio de 1887. Foi um dos sete filhos de Maria Giuseppa Di Nunzio Forgione e Grazio Mário Forgione. Ainda criança, com cinco anos, já tinha a experiência de conversar com seu anjo da guarda, com Jesus e com Maria.
“Desde pequeno, Padre Pio tinha uma devoção a Nossa Senhora, tida por ela a ‘razão de sua esperança’. Conta-se que a alguns pecadores que viviam pecados terríveis e graves, ele os recomendava a Nossa Senhora dizendo: ‘Só Nossa Senhora'”, recorda o assessor da Pastoral da Comunicação da Diocese de São José dos Campos (SP), Padre Francisco José da Silva.
Com 12 anos, recebeu a primeira comunhão e, aos 15, entrou para o noviciado no Convento dos Capuchinhos, na cidade italiana de Morcone, adotando o nome de Frei Pio. Durante os primeiros anos como frade, passou por constantes problemas de saúde, que o obrigavam a ir até a casa de sua mãe para receber cuidados. Ele sentia intensas dores no peito, nas costas, dores de cabeça, febres, problemas pulmonares e estomacais. Depois de sua ordenação sacerdotal, no dia 10 de agosto de 1910, seus problemas de saúde o fizeram permanecer em casa até 1916, quando foi transferido para o Convento de San Giovanni Rotondo. Ali permaneceu até sua morte.
Em San Giovanni, no Convento de Santa Maria das Graças, Padre Pio dedicava muitas horas do dia ao sacramento da Confissão e à direção espiritual. Ele realizou essa missão por mais de 50 anos. Mas o ponto alto de suas atividades pastorais era a celebração da Santa Missa. Ele se definia como “um pobre frade que reza” e afirmava: “A oração é a melhor arma que temos, é a chave que abre o coração de Deus”.
“Acredito que o maior dom de Padre Pio foi a fidelidade a Jesus, tendo uma vida inteira de profunda amizade com nosso Senhor”, ressalta Padre Francisco.
Os estigmas de Padre Pio
Padre Pio foi o primeiro sacerdote estigmatizado da história da Igreja. Ele recebeu as chagas nas mãos em 20 de setembro de 1918, e conviveu com essas feridas vivas, que sangravam, por 50 anos.
“Os estigmas de Padre Pio têm a ver com sua missão. Ele tinha como missão assumir em si os sofrimentos do povo: assim, as chagas eram a confirmação de Cristo em sua missão”, afirmou Padre Francisco José da Silva.
O sacerdote recorda que Padre Pio passou por perseguições e calúnias, dentro da própria Igreja. “Foi submetido a uma série de interrogatórios e provas, sendo até proibido de celebrar a Santa Missa. Vale destacar aqui que, mesmo nos momentos de tribulação, Padre Pio se manteve humilde e obediente”, afirma.
Padre Pio faleceu em 23 de setembro de 1968. “Estima-se que mais de 100 mil pessoas participaram de seu funeral. O amado se encontra com o Amor de quem era amigo fiel”, destaca padre Francisco. Ele foi canonizado, em fevereiro de 2002, pelo Papa João Paulo II.