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Santos e Beatos

Conheça a ordem religiosa dos servitas, única fundada por sete santos

Este é o único caso na história da Igreja Católica no qual sete pessoas fundaram uma ordem religiosa e foram canonizadas no mesmo dia

Mauriceia Silva
Da Redação

Foto: Reprodução

Nesta sexta feira, 17, a Igreja celebra os sete santos fundadores da Ordem dos Servos de Maria, a ordem dos Servitas. Esta é uma ordem religiosa em que os frades – chamados de Frades Servos de Maria – são dedicados a uma devoção particular a Nossa Senhora das Dores. 

A história da Ordem tem início no século XIII, quando, no dia 15 de agosto de 1233 – Festa da Assunção -, a Virgem Maria apareceu a sete jovens ricos provenientes da República Livre de Florença. Na aparição, pediu-lhes que renunciassem ao mundo e se dedicassem exclusivamente a Deus. Foi aí que os jovens decidiram abandonar suas riquezas para se entregar a Cristo, ao Evangelho e a Virgem Maria

Na ocasião, os jovens, que nesta época formavam uma confraria de leigos chamada Laudenses, repartiram todo o seu dinheiro entre os pobres e se retiraram ao Monte Senario, perto de Florença, para rezar e fazer penitência. Eram eles: Giovanni di Buonagiunta, Bartolomeo degli Amidei, Buonfiglio dei Monaldi, Ricovero dei Lippi-Ugguccioni, Benedetto dell’Antella, Gherardino di Sostegno e Alesio de Falconieri.

Ao chegar no Monte Senario, construíram uma Igreja e uma ermida, na qual passaram a levar uma vida austera. Tempos depois, os sete jovens fundaram a Ordem dos Servos de Maria.

Abandonar tudo e “buscar as coisas do alto”

O prior do Convento Nossa Senhora das Dores de São José dos Campos (SP), Frei Rinaldo Stecanela Oliveira, explica que, com o chamado de Jesus, a Bíblia diz que os discípulos deixaram tudo porque encontraram a pérola preciosa, o tesouro escondido no campo. 

Urna com os ossos dos sete santos fundadores / Foto: Divulgação – Frei Rinaldo Stecanela Oliveira

“Assim foi com os sete santos da Ordem dos Servos de Maria. Numa sociedade marcada por lutas e rivalidades, guerras e competições, eles resolveram abandonar tudo para ‘buscar as coisas do alto’, no alto do Monte.”

Frei Rinaldo destaca que eles deixaram parte dos seus bens para seus familiares e o resto distribuíram aos pobres para viverem da mendicância e da pobreza. “Isso chama a nossa atenção: onde colocamos as nossas seguranças? Nas riquezas? Na vanglória? Nas disputas de poder? Eles colocaram em Deus…e não se arrependeram!”

Ministros da Unidade e da Paz

Vale ressaltar que este é o único caso na história da Igreja Católica no qual sete pessoas fundaram uma ordem religiosa. Segundo Frei Rinaldo, eles viviam uma verdadeira fraternidade.

“É gratificante ler os relatos de amizade, respeito e amor que nutriam entre si. E como eles foram ‘batizados’ na Igreja e sempre foram chamados de Ministros da Unidade e da Paz. O Papa Leão XIII, em 1888, os canonizou todos de uma única vez, como se fossem um só coração e uma só alma.” 

Os Santos fundadores tinham muita coisa em comum. Eles faziam parte de uma Confraria Religiosa Mariana chamada “Associação Mor de Santa Maria”, e tinham uma vida de oração muito forte e um amor profundo por Nossa Senhora.

Frei Rinaldo ainda destaca que eles viveram num período muito conturbado da história, século XIII, marcado por lutas entre o poder religioso e o poder dos imperadores, que cada vez mais se afastavam dos princípios da fé e do respeito pelo bem-comum.  “Os interesses partidários e políticos eram latentes. E os sete, apesar da boa condição econômica que tinham, não entraram nessa lógica de disputas de poder e interesses pessoais ou familiares. Eles buscavam a salvação!”.

O carisma dos servitas

Frei Rinaldo explica que, no carisma da Ordem, está a dimensão da misericórdia. Com Maria, o Servo de Maria quer estar aos pés das infinitas cruzes da humanidade onde Cristo continua sendo Crucificado, nos mais carentes, indefesos, marginalizados e doentes.

Essa dimensão do carisma está na história dos inícios da Ordem. Frei Rinaldo recorda que os sete jovens subiram o Monte Senário, fora dos muros que protegiam a cidade de Florença. “Lá, neste monte, eles procuravam servir a Deus com jejuns e orações, além de uma vida de muita penitência. Isso chamou a atenção de muitos moradores de Florença. Enquanto a cidade estava em pé de guerra, eles também travavam batalhas através da vida de oração e penitência pela conversão das pessoas”.

“Com o passar do tempo, muitos interessados começaram a ‘subir’ o monte em busca de paz e uma vida de oração. A princípio, eles não queriam, mas logo entenderam que era um pedido de Nossa Senhora”, afirmou o prior do convento Servita. E acrescentou: “Aos poucos, aquela vida reservada só entre eles começou a irradiar para muitas outras pessoas. Lá do monte, eles foram um farol de luz diante das trevas do pecado. A Ordem já ofereceu para a Igreja inúmeros Santos, Santas e Bem-aventurados. São Peregrino, considerado na Igreja o protetor contra o mal do câncer é um deles. Santa Juliana, a Santa da Eucaristia, é uma delas. E tantos outros.”

Presença dos servitas no mundo

Atualmente, os Servos de Maria estão presentes nos cinco continentes, sempre com a Missão de Servir. Frei Rinaldo explica que esse servir se dá a partir da experiência de fraternidade. 

“Por isso que o elemento ‘comunidade’ é muito forte em nosso carisma. Em outras palavras, queremos viver o Evangelho dentro da comunidade e irradiar os frutos disso para a humanidade.”

Nesse sentido, os frades servitas estão envolvidos e comprometidos em muitas frentes de serviço e evangelização: missão ad gentes, santuários, paróquias, capelanias, formação, meios de comunicação, docência, produção de livros.

“No Brasil, estamos presentes no Acre, Rio de Janeiro, São Paulo capital, São José dos Campos, Curitiba, Santa Catarina. Estamos com duas novas frentes de missão: Caruaru (PE) e Dom Viçoso (MG), além de uma missão em Moçambique-África.”

Frei Rinaldo explica, por fim, que, no Brasil, a Ordem é uma única província chamada Província São Peregrino do Brasil e Moçambique. “Atualmente, somos em torno de 50 frades”, concluiu. 

 

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