BEATA LUSITANA

Conheça a história da beata portuguesa Rita Amada de Jesus

Religiosa se dedicou a cuidar das mulheres e das crianças marginalizadas; entenda a ligação desta beata portuguesa com o Brasil

Da redação

A beata portuguesa Rita Amada de Jesus / Foto: Divulgação

Nesta terça-feira, 24, a Igreja Católica recorda a vida da beata portuguesa Rita Amada de Jesus. Muito conhecida entre os fiéis portugueses, por ter fundado o Instituto das Irmãs de Jesus Maria José, sua obra também espalhou-se por outros países, como o Brasil.

A vida da beata é acompanhada por diversas histórias de provação. Ela era uma mulher considerada à frente do seu tempo. Ainda no século 19, via na música e na educação uma maneira de restaurar a dignidade da pessoa humana. E ajudou muitas mulheres que viviam em situação irregular.

Irmã Maria de Lurdes Lopes Filipe / Foto: Arquivo Pessoal

“Ela tinha muita audácia”, afirma Irmã Maria de Lurdes Lopes Filipe, superiora geral do Instituto das Irmãs de Jesus Maria José. “No século 19, ainda não havia nenhuma escola pública oficial para garotas, por isso, apesar da perseguição das autoridades, Rita teve a audácia de fundar uma escola para meninas. Aos 24 anos, ela sentiu a inspiração para fundar uma obra educativa que atendesse as crianças pobres e abandonadas em Ribafeita, Viseu [Portugal]”, acrescentou.

A coordenadora do Departamento de Bens Culturais da Diocese de Viseu, que coordena uma casa memorial dedicada à beata, Fátima Eusébio, destaca que a beata  viveu em um período em que o papel da mulher na sociedade não era muito valorizado. “Mas, ela não rompeu com esta sociedade, pois achava que tinha um papel a desempenhar no mundo em que vivia”, pondera. “Quando praticamos o bem, colocamos em prática aquilo que Deus propôs à humanidade”, reitera Fátima.

Pedido a Deus

A família da beata se recusava a aceitar seu pedido para se tornar freira. Ela decidiu, então, rezar uma novena ao Sagrado Coração de Jesus e pediu a Deus a graça de que seus pais autorizassem seu ingresso à vida religiosa. E foi atendida.

Enfrentou diversas contrariedades, mas se dedicou de corpo e alma às mulheres que viviam marginalizadas e às crianças carentes. “Quando ela revelou ao seu confessor o desejo de começar uma obra para acolher essas crianças e mulheres, ouviu que isso era uma obra do demônio”, recorda Irmã Leonir Tomazi, vice-postuladora da causa de canonização da beata Rita Amada. “Pediu que tirasse essas ideias da cabeça. Ela fez, então, um percurso interior para que Deus mostrasse aquilo que queria”.

Após oito anos, a beata Rita procura novamente o confessor e disse que não havia desistido desta obra. Recebeu, então, sinal verde para dar início aos trabalhos que tanto desejava. “Ele [o confessor] entendeu que a beata perseverou e que Deus mostrou o caminho. Estava também mais madura na fé, após tantos sacrifícios que tinha passado para levar esta obra adiante”. Ela tinha, então, 32 anos. E em 1880, fundou o Instituto das Irmãs de Jesus Maria José.

A ligação com o Brasil

No longínquo início do século XX, um decreto do governo determinou a extinção das casas religiosas e o fechamento dos seminários, como recorda Irmã Maria. 

“Nesse contexto, após um tempo de oração e apelando para a mediação de Dom Manuel Damasceno da Costa, então Cônego da Diocese de Viseu, Madre Rita decidiu concretizar um dos seus maiores sonhos apostólicos e missionários: enviar para o Brasil a primeira turma de suas filhas espirituais”, recorda a superiora do Instituto das Irmãs de Jesus Maria José. “Ela tinha pressentido esse acontecimento dois anos antes de sua morte, que aconteceria em 6 de janeiro de 1913”.

Isméria Taveira Cintra / Foto: Arquivo Instituto

Outro aspecto que uniu ainda mais a beata ao Brasil foi o fato de que o milagre que a levou à beatificação veio de uma brasileira, a senhora Isméria Taveira Cintra. Em 16 de maio de 1988, ela foi diagnosticada com oclusão intestinal — doença conhecida por Chagas — e megacólon. Isméria passou por um procedimento cirúrgico, porém seu quadro clínico piorou e ela  foi desacreditada pelos médicos. 

“A cura acontecida entre os dias 27 e 28 de março de 1989 é considerada um milagre e o relato foi encaminhado para a Santa Sé. Depois, o relato do caso foi enviado ao Sumo Pontífice João Paulo II pelo abaixo-assinado do Cardeal Prefeito, Sua Santidade, anuindo aos votos da Congregação para a Causa dos Santos, confirmou e ordenou que se fizesse o decreto da mencionada cura miraculosa”, relatou a superiora-geral do Instituto, Irmã Maria.

A TV Canção Nova exibirá um documentário contando a história da beata lusitana no dia 29 de setembro, às 23h30. O documentário também estará disponível no CN Plus, o serviço de streaming da Canção Nova.

O documentário também foi publicado nesta terça-feira no youtube oficial do Instituto Jesus Maria José:

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