Evento reúne membros e fundadoras das novas comunidades do Brasil e coloca participantes sob a perspectiva do Jubileu 2025
Laura Lo Monaco,
Da Redação
O Congresso Nacional das Novas Comunidades será realizado na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), entre os dias 1 a 3 de novembro. Em consonância com o Jubileu 2025, o tema escolhido para a edição deste ano é “Peregrinos de Esperança – Não vos lembreis mais dos acontecimentos de outrora!” (Isaías 43,18).
Promovido pela Comissão Nacional das Novas Comunidades do Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica (CHARIS) Brasil, o evento contará com a presença de clérigos, líderes e membros de comunidades de diversas localidades do Brasil e com os mais diversos carismas.
O congresso tem início nesta sexta-feira, 1º, com a missa presidida pelo bispo da Diocese de Campos dos Goytacazes (RJ) e referencial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para as novas comunidades, Dom Roberto Ferreria Paz. Outra referência sobre o tema das novas comunidades, o bispo da Diocese de Parnavaí (PR) e referencial da CNBB para o CHARIS Brasil, Dom Mário Spaki, tem uma palestra marcada para o segundo dia do evento e celebrará a missa de encerramento, no dia 3, no Santuário do Pai das Misericórdias.
Durante todo o final de semana, leigos e sacerdotes irão ministrar palestras sobre o temática do congresso, entre eles o fundador e moderador geral da Comunidade Sagrada Família, Italo Fasanella.
“Comunidades proféticas, peregrinos de esperança”
“Uma comunidade profética é aquela que comunica esperança. Não fica presa ao passado, não olha somente o presente, mas tem um olhar adiante, um olhar para o futuro, enchendo de esperança o coração de cada pessoa que é atingida por este apostolado”, explica Italo. Na palestra que ministrará no sábado, 2, o fundador da Comunidade Sagrada Família recordará a Bula de proclamação do Jubileu Ordinário 2025 “Spes non confundit”, publicada pelo Papa Francisco em maio.
“Colocamos, de fato, o Congresso das Novas Comunidades na perspectiva do Jubileu 2025 onde também haverá o Encontro Mundial das Novas Comunidades, a partir do Pentecostes, com o tema “Comunidades Proféticas”, relata. Fasanella trará uma reflexão sobre a importância da esperança na mensagem comunicada ao mundo e à Igreja pelas novas comunidades. “Fé, esperança e caridade são as virtudes teologais que interagem e agem em conjunto na vida de cada fiel animado e conduzido pelo Espírito Santo”, afirma o palestrante.
Em sua fala, Italo recordará que as comunidades, a partir do seu carisma de fundação e da sua missão, são chamadas hoje, diante dos dramas da humanidade e da própria igreja, a serem uma voz profética, a trazerem uma palavra de ânimo e incentivo, sobretudo uma palavra de vida eterna, que é a grande esperança cristã. “Como dizia Monsenhor Jonas Abib, é para este encontro definitivo com Cristo que as comunidades devem ser proféticas e portadoras da esperança”, afirma.
Novas Comunidades: um ardor missionário
Italo explica que, de acordo com a exortação apostólica pós sinodal “Vita Consecrata” publicada pelo Papa São João Paulo II em 1996, as novas comunidades têm uma característica laical, mas não são uma alternativa para substituir a vida religiosa — pelo contrário, vêm complementar.
“As novas comunidades são este sopro do Espírito Santo, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, que trazem uma nova vitalidade para a Igreja” – Italo Fasanella
O fundador da Comunidade Sagrada Família conta que é esse sopro do Espírito que confere a homens e mulheres a graça de um carisma para fundar uma nova instituição na Igreja. “Este carisma, que é Dom do Espírito Santo, porta em si uma missão específica alimentado por uma espiritualidade própria, por aquilo que é específico do carisma”.
O Espírito Santo sopra onde quer
Fasanella explicita que existe um documento que fala sobre o apostolado dos leigos, que é o decreto “apostolicam actuasitatem”. “No parágrafo 1339, o documento vai dizer que para as pessoas de todos os estados de vida exercerem tal apostolado, sobretudo os leigos, o Espírito Santo, que opera a santificação do povo de Deus através do Ministério e dos Sacramentos, confere ainda dons peculiares aos fiéis, distribuindo-os a todos como quer”.
A primeira e grande obra que o Espírito Santo realiza nas almas é a santificação, mas para que isto aconteça na Igreja e no mundo, o Espírito confere os seus dons e carismas a homens e mulheres para incrementar, para potencializar toda a sua ação evangelizadora, pontua Italo. “Então esse apostolado é movido e guiado pelo Espírito Santo. Assim sendo, a vida carismática da Igreja produzirá muitos frutos”, indica.
De acordo com o entrevistado, o Concílio Vaticano II traz esta mensagem: “O Espírito Santo, para dar vida ao apostolado, à missão, ao papel das novas comunidades, confere dons, carismas a estas pessoas, não somente aos seus fundadores, mas a todos aqueles que são chamados a viver este carisma, justamente para que a evangelização não aconteça de uma maneira simplesmente humana, com esforços humanos”.
O Papa Paulo VI na Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi“, prossegue o fundador da Comunidade Sagrada Família, vai dizer que o Espírito Santo é o protagonista da evangelização. “Toda a evangelização precisa acontecer pelo poder do Espírito Santo. O Concílio Vaticano II deixa muito claro que todo apostolado na Igreja é alimentado pela graça dos dons do Espírito Santo”.