“Dia Mundial do Refugiado deve nos lembrar o nosso papel e a responsabilidade para com o nosso próximo”, sublinha secretário-geral da Caritas Internacional
Da redação, com Vatican News
“Em 2019, 33 milhões e 400 mil pessoas em 145 países foram obrigadas a percorrer o difícil caminho do exílio. Vítimas de violência, medo e, sobretudo, vítimas de um sistema injusto, foram obrigadas a deixar suas casas para enfrentar um destino desconhecido formado por dificuldades, dores, angústias e traumas. Assim, elas se uniram aos milhões de refugiados já presentes em todo o mundo.” É o que informa o secretário-geral da Caritas Internacional, Aloysius John, em declaração divulgada nesta sexta-feira, 19, em vista do Dia Mundial do Refugiado celebrado neste sábado, 20.
John afirmou que para muitos, em todo o mundo, os refugiados não têm rosto nem história, são apenas números ou notícias para serem vistas brevemente no jornal. “Neste Dia Mundial do Refugiado, como pode a Comunidade internacional não ouvir os gritos desses refugiados e deslocados que sofrem em silêncio?”, questionou.
“Assim como a Comunidade internacional, a humanidade foi capaz de se organizar contra a pandemia da Covid-19 e aprender a importante lição da necessidade de solidariedade global para combater qualquer problema, do mesmo modo, diante da necessidade urgente de acolher os refugiados, deve enfrentar as causas profundas do fenômeno migratório e desenvolver um sistema econômico justo que lhes garanta igualdade de oportunidades”, sublinha o John.
O secretário-geral da Caritas Internacional continuou: “O Dia Mundial do Refugiado deve nos lembrar o nosso papel e a responsabilidade para com o nosso próximo que foi desarraigado de sua casa, de sua cultura, de sua família e do seu ambiente e vive uma situação trágica e dolorosa.” Dentre eles, John lembra os muitos rohingyas que deixaram suas casas para serem transplantados para o vizinho Bangladesh, e que estão agora profundamente vulneráveis em relação ao contágio da Covid-19.
A Caritas Internacional pede aos líderes políticos para tomarem decisões corajosas a fim de proteger os refugiados, particularmente aqueles que, hoje, são vítimas de todo tipo de abuso e violência, garantindo a implementação de políticas que contribuam para receber os refugiados de forma digna e segura, garantindo-lhes alimentação, água e cuidados de saúde que lhes permitam viver uma vida digna, e garantindo aos refugiados e deslocados internos o acesso a condições de vida seguras, especialmente neste período de pandemia.