Caridade

Cardeal comenta almoço do Papa Francisco com 1.300 pobres

Esmoleiro do Papa citou também as atividades do Dicastério para o Serviço da Caridade e a doação feita por Francisco a um morador de rua: um par de sapatos

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante Audiência Geral desta quarta-feira, 13 / Foto: REUTERS/Claudia Greco

No oitavo Dia Mundial dos Pobres, celebrado neste domingo, 17, o Papa convidou os pobres e os sem-teto para a missa e uma refeição comunitária que foi realizada na Sala Paulo VI com 1.300 pessoas. O esmoleiro do Papa, o Cardeal Konrad Krajewski, afirmou que celebrar o Dia Mundial dos Pobres significa seguir Jesus e simplesmente pensar da mesma forma como indicado no Evangelho, porque é isso que Cristo teria feito e, portanto, é isso que também todos devem fazer. 

O cardeal, falando sobre as atividades do Dicastério para o Serviço da Caridade e os muitos exemplos de bondade e ajuda, contou sobre Giuseppe, um “sem-teto local” que vive nas ruas há anos. Esta semana, o Papa recebeu um par de sapatos tamanho 42. Francisco imediatamente entregou esse presente ao departamento da Esmolaria Apostólica. Poucas horas depois, Giuseppe chegou precisando de sapatos; ele disse que não conseguia mais andar com os velhos que estava usando.  O número 42 foi providencialmente seu. “Ele recebeu imediatamente os sapatos do Santo Padre”, sublinhou.

“A oração do pobre eleva-se até Deus”

Referindo-se ao tema do Dia Mundial dos Pobres deste ano “A oração do pobre eleva-se até Deus”, o esmoleiro do Papa enfatizou que o modelo de oração para todos é Jesus que, no Evangelho, deixou muitas imagens e exemplos que mostram a virtude da perseverança. “Nós vencemos quando rezamos a Deus”, observa Krajewski.

Ele ressaltou também que quando Deus ouve as orações dos “pobres” é um mistério. Pode ser necessária uma atitude prolongada de oração, como na história de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho; ou há situações em que as invocações são ouvidas muito rapidamente; mas também há casos em que as orações não são atendidas. Isso acontece por uma razão simples, diz o cardeal: o que acontece pode não ser para o meu bem. “É por isso que Deus ouve as orações que nos tornam belos, para agradar a Deus e às pessoas. Elas são para o nosso próprio bem e isso é provavelmente a coisa mais importante”, disse.

Restaurar a dignidade ouvindo

Krajewski lembrou que os eventos deste domingo, 17, foram precedidos por inúmeras iniciativas para cuidar dos pobres, como o ambulatório sob a Colunata de Bernini, que fica aberto todos os dias e recebe cerca de 150 pessoas sem-teto. Todos os necessitados, mesmo as pessoas sem documentos ou que não sabem italiano, podem contar com atendimento médico abrangente. Antes de tudo, porém, é preciso ouvir o próximo, sua história e suas necessidades, porque “restaurar a dignidade também acontece ouvindo”.

Essas pessoas com fragilidades são visitadas por médicos e recebem medicamentos gratuitos do Santo Padre na farmácia do Vaticano. A refeição após a Eucaristia com os pobres, organizada pelo Dicastério para o Serviço da Caridade,  foi oferecida pela Cruz Vermelha Italiana. No final, todos receberam dos padres da Congregação dos Sacerdotes Missionários uma mochila contendo alimentos e produtos de necessidades básicas para a vida cotidiana.

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