Com a chegada do mês de outubro, a Igreja convida o Povo de Deus a celebrar o trabalho missionário, articulado pelas Pontifícias Obras Missionárias
Thiago Coutinho
Da redação

Neste ano, o Mês Missionário terá sua mensagem ligada ao Jubileu / Foto: Freepik
Em outubro, a Igreja celebra o Mês Missionário. A atual edição tem como tema “Missionários da esperança entre os povos” e o lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). A campanha missionária é organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) — e o tema deste ano está intrinsicamente ligado ao Jubileu, que também trata da esperança cristã.
“A campanha busca traduzir a esperança cristã ao convidar os fiéis a serem portadores da esperança de Cristo”, afirma o responsável pela comunicação das POM, Fabrício Preto. “Isso se reflete na participação ativa em celebrações, formações e experiências missionárias que fortalecem a solidariedade e a evangelização em contextos de crise, conflito e pobreza extrema. O objetivo é reforçar a importância de termos uma consciência missionária na Igreja, rezando e apoiando projetos que levam dignidade e apoio a comunidades carentes”.
Novas ferramentas de comunicação
A campanha missionária, organizada pelas POM, tem como objetivo conscientizar os fiéis. E o uso das ferramentas de comunicação disponíveis no mundo contemporâneo são fundamentais para levar este trabalho adiante para o maior número de fiéis possível. “Este é sempre um grande desafio para a Igreja”, ressalta Preto. “As POM utilizam plataformas digitais para alcançar as novas gerações e mostrar a relevância da missão. As iniciativas incluem vídeos e podcasts, com testemunhos e reflexões que motivam a viver a missão com alegria”, enumera.
Por meio de seu site, as POM também oferecem diversos materiais para que o trabalho missionário seja feito com qualidade no mundo digital. “São cards para redes sociais e apresentações, para que as comunidades possam compartilhar e animar as atividades. Essa experiência de comunicação passa também pelo protagonismo das Igrejas Locais, considerando a relevância das ações de comunicação produzidas pelas Dioceses, Paróquias e Comunidades de todo o Brasil”.
A arrecadação de recursos
A campanha também visa à arrecadação de recursos para sustentar a ação missionária da Igreja. Os desafios logísticos e operacionais para se levar a Palavra de Deus são complexos e exigem organização. O responsável pelo setor de comunicação das POM explica detalhadamente como é o processo para garantir que as doações cheguem aos projetos necessitados.
“A cadeia de doação é a seguinte: a) As ofertas são coletadas no Dia Mundial das Missões nas paróquias e comunidades; b) Essas doações são enviadas para a diocese; c) As dioceses repassam o valor total para as Pontifícias Obras Missionárias (POM) do Brasil; d) A POM do Brasil envia os valores ao Fundo Mundial de Solidariedade, em Roma; e) Em Roma, os recursos são distribuídos para projetos em todo o mundo, a partir da solicitação que cada direção nacional das POM faz. A destinação dos recursos é discutida em Assembleia Geral das POM, sempre no mês de maio, reunindo os diretores de todo o mundo”.
Por fim, todos aqueles que receberam as doações são obrigados a prestar contas de todo o dinheiro recebido. “As POM emitem um relatório final de todos as doações e onde foram investidas. As doações apoiam projetos de evangelização, educação, saúde, desenvolvimento comunitário e assistência social em áreas de missão ao redor do mundo. No site da CM25, em transparência, apresentamos os gráficos com os valores distribuídos em cada continente e as áreas onde foram investidos”, assegura Preto.
Segundo as POM, a contribuição da Igreja no Brasil, em 2024, para o Fundo Mundial de Solidariedade foi de R$ 11.283.902,60. “Todas as dioceses recebem uma prestação de contas com os valores arrecadados por cada diocese. Essa prestação de contas também é publicada na Revista SIM, todos os anos”, garante Preto.
Meio século de história
A Campanha Missionária existe há 52 anos e tem sido uma ferramenta essencial para os projetos de evangelização no mundo todo. “A campanha incentiva a participação dos fiéis com a mensagem de que cada doação, por menor que seja, contribui para a missão da Igreja e o trabalho dos missionários em todo o mundo”, pondera Preto. “As doações do Dia Mundial das Missões colaboram com 1.118 dioceses pobres nos continentes da África, Ásia, Oceania e América Latina. Esses recursos apoiam a formação de 80 mil seminaristas nos territórios mais necessitados”.
E a ajuda missionária vai além do aporte financeiro. “A disponibilidade para atuar em projetos missionários no mundo é um passo importante da caminhada da Igreja. Hoje, os projetos de missão ‘ad gentes’ [expressão em latim que significa às nações ou aos povos] estão sob a responsabilidade dos Regionais da CNBB, sendo muitos com projetos no continente africano. Também as congregações religiosas fazem um bonito trabalho missionário em diversos países”, finaliza.