Refletindo sobre as atitudes de Maria no Evangelho desta segunda-feira, 14, padre Rivelino Nogueira sugere ações para manter relação mais íntima com o Senhor
Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: jcomp via freepik
Começou a Semana Santa. Durante os próximos dias, fiéis em todo o mundo viverão um período de intensa espiritualidade, refletindo sobre o mistério central da fé católica: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. A partir de hoje até sábado, na Vigília Pascal, o noticias.cancaonova.com traz uma série de seis matérias que abordam a Liturgia deste tempo.
Padre Rivelino Nogueira, membro do clero da Diocese de Lorena (SP), destaca que o Evangelho desta segunda-feira, 14, vai ao encontro da proposta vivida desde a Quarta-feira de Cinzas, no período da Quaresma. A partir do gesto de Maria (irmã de Marta e Lázaro), que se lança aos pés de Jesus para perfumá-los com um bálsamo e enxugá-los com os cabelos (Jo 12,1-11), é possível observar algumas lições.
A primeira delas, destaca o sacerdote, é a fé e confiança de Maria, que reconhece que Jesus é o Messias e sua presença é sagrada. Tal fato a leva a manifestar seu amor e devoção a Cristo. “Ela não se preocupa com o que os outros pensam ou dizem, mas sim em demonstrar seu amor e gratidão a Jesus”, afirma o sacerdote.
Aos pés de Cristo

Padre Rivelino Nogueira / Foto: Arquivo pessoal
Além disso, Maria reconhece a importância de Jesus e sua presença em sua vida. Em outra passagem bíblica, ela permanece sentada aos pés dele, escutando-o falar (Lc 10,38-42). Segundo padre Rivelino, esta atitude expressa a prioridade em se relacionar com Deus, pois “ela reconheceu que a presença de Jesus era mais importante do que qualquer outra coisa”.
O sacerdote indica ainda outros gestos de Maria, como a escuta atenta, demonstrando que valoriza a Palavra de Deus e está disposta a aprender com Ele; a humildade e simplicidade, manifestadas no desejo de aprender com Jesus; e a busca pela sabedoria, reconhecendo Cristo como a fonte de sabedoria e verdade.
“A atitude de Maria é um exemplo de contemplação, ou seja, de estar presente e atento à presença de Deus”, reforça o religioso, “e essa reflexão nos lembra da importância de buscar a presença de Deus em nossa vida e de priorizar nossa relação com Ele. Ao sentar-se aos pés de Jesus, Maria nos mostra que a verdadeira sabedoria e felicidade vêm de estar perto de Deus”.
Esperança pela volta de Jesus
Padre Rivelino comenta ainda que o desejo de estar com Deus é uma fonte de força e inspiração para os cristãos. “Ao buscar estar na presença d’Ele, podemos encontrar a força necessária para enfrentar os desafios da vida. É uma expressão do desejo de ter um relacionamento pessoal com Deus, conhecer melhor a Ele e ser conhecido por Ele, sendo essencial para o crescimento espiritual”, afirma.
Por outro lado, o próprio Cristo diz aos apóstolos, no Evangelho desta segunda-feira, que “nem sempre me tereis” (Jo 12,8). O sacerdote explica que essa afirmação é uma lembrança de que, apesar da presença de Jesus na terra ter sido temporária, isso não significa que Deus esteja ausente da vida humana.
O religioso sugere algumas práticas pelas quais é possível nutrir a esperança pela volta de Jesus por meio do relacionamento e da intimidade com Deus. A primeira delas é a oração e reflexão, pelas quais se aprofunda a relação com o Senhor e se encontra conforto e paz em Sua presença.
Da mesma forma, a leitura da Palavra é uma maneira de ouvir a voz de Deus e entender melhor Sua vontade. Padre Rivelino cita ainda os sacramentos, fonte de graça e bênção para os cristãos; a vida em comunidade, na qual se encontra apoio, incentivo e inspiração para seguir em frente; e o serviço, pelo qual se demonstra amor e compromisso com Deus e com os outros.
“Essa reflexão nos lembra de que a espera pela segunda vinda de Jesus não é uma espera passiva, mas sim uma oportunidade para aprofundar nossa relação com Deus e viver de acordo com a Sua vontade. Ao nutrir a esperança pela volta de Jesus, podemos encontrar força, inspiração e propósito em nossa vida”, conclui o sacerdote.