QUARESMA

Bispos indonésios clamam por conversão ecológica e justiça social

Bispos indonésios divulgaram mensagem quaresmal e convidaram fiéis a abraçar o apelo do Papa por uma conversão ecológica e justiça para os pobres

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco em seu encontro com fiéis indonésios, em setembro de 2024 / Foto: Reprodução Youtube

“Vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10) — Com essas palavras de Cristo como inspiração, bispos da Província Eclesiástica de Ende, na Indonésia, emitiram uma carta pastoral quaresmal pedindo conversão ecológica, justiça para os pobres e um compromisso renovado com os valores do Evangelho.

A declaração, divulgada na conclusão de seu sínodo anual, convida os fiéis a uma jornada mais profunda de reflexão, arrependimento e ação concreta em meio a preocupações ambientais e sociais urgentes que afetam as comunidades em Flores, Lembata e Denpasar.

Assinada pelo Arcebispo Paulus Budi Kleden, SVD (Ende), juntamente com os Bispos Silvester San (Denpasar), Fransiskus Kopong Kung (Larantuka), Siprianus Hormat (Ruteng), Edwaldus Martinus Sedu (Maumere) e Maksimus Regus (Labuan Bajo), a carta fala com urgência pastoral aos mais de dois milhões de católicos confiados aos seus cuidados — aproximadamente 1,9 milhão em Flores e Lembata, e 50.000 em Denpasar.

Um clamor pela Criação e pelos pobres

Em sua mensagem, os bispos expressam preocupação com os desenvolvimentos de energia geotérmica em andamento na região, especialmente nas ilhas montanhosas e escassas em água de Flores e Lembata. Embora reconheçam a necessidade de progresso, alertam que “a exploração imprudente prejudica o meio ambiente, a segurança alimentar, o equilíbrio social e a sustentabilidade cultural”.

Os prelados questionam se tais projetos /extrativos, embora apresentados como benéficos, estão, na verdade, “colocando em risco o futuro” e enfatizam que o desenvolvimento geotérmico não é adequado para o contexto ecológico e geográfico único da região.

Em vez disso, eles propõem opções alternativas de energia — como a energia solar — que se alinham mais harmoniosamente com o meio ambiente local e com a encíclica Laudato si’ do Papa Francisco, que clama por ecologia integral e cuidado com nossa casa comum.

“A visão para Flores e Lembata”, escrevem os bispos, “não é de exploração, mas de desenvolvimento sustentável enraizado na riqueza de nossa herança agrícola, marinha e cultural”.

Enfrentando o tráfico humano e a injustiça

A carta pastoral também aborda o flagelo do tráfico humano — particularmente de mulheres e crianças — que os bispos descrevem como uma “ferida profunda para a humanidade”.

Pedem uma resposta unida envolvendo instituições governamentais, sociedade civil, líderes religiosos e autoridades tradicionais, enfatizando o dever da Igreja de conscientizar e promover a educação no nível de base.

Sobre a questão do nanismo infantil — desnutrição crônica que continua a afligir muitas crianças pequenas na região — os bispos pedem uma resposta coordenada, destacando que esta não é apenas uma questão de saúde, mas uma questão de justiça.

“Toda criança merece nutrição, amor e dignidade”, afirmam, encorajando apoio direcionado a famílias vulneráveis ​​e programas robustos de educação nutricional.

Salvaguardando a segurança alimentar e os meios de subsistência rurais

Os bispos também chamam a atenção para as ameaças contra a agricultura e a pecuária locais, incluindo surtos recorrentes de doenças de plantas e peste suína africana, que impactam severamente a segurança alimentar e os meios de subsistência rurais. Eles pedem intervenções baseadas na ciência, práticas agrícolas sustentáveis ​​e maior apoio a fazendeiros e pastores.

“A saúde da nossa terra está ligada ao bem-estar do nosso povo”, escrevem os bispos, pedindo políticas que priorizem o desenvolvimento rural e a resiliência ecológica.

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