CONFLITO

Bispos da Tailândia e do Camboja ficam atentos a confrontos na fronteira

Bispos católicos da Tailândia e do Camboja manifestaram sua preocupação com a intensificação do conflito ao longo da fronteira comum entre os dois países

Da redação, com Vatican News

O governador provincial do Camboja pede cessar-fogo com a Tailândia, enquanto chegam suprimentos para abrigos / Foto: Reprodução Reuters

A Conferência Episcopal Católica da Tailândia (CBCT) alertou para o aumento do número de vítimas e deslocamentos em larga escala, à medida que os confrontos na fronteira entre a Tailândia e o Camboja entravam em seu quinto dia.

Em um comunicado público, a CBCT descreveu a violência atual como uma “escalada perigosa” da longa disputa de fronteira, com relatos de confrontos em diversas províncias de ambos os países, muitas delas ainda marcadas por conflitos anteriores, dos quais milhares continuam se recuperando.

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“A segunda onda de confrontos entre as forças tailandesas e cambojanas, que começou em 7 de dezembro na área fronteiriça da província de Sisaket, na Diocese de Ubon Ratchathani, intensificou-se e se espalhou continuamente”, afirmou o comunicado.

Os bispos disseram que os confrontos passaram de disparos esporádicos para o uso de armas pesadas, espalhando-se por áreas fronteiriças em sete províncias, do nordeste do país até a província de Trat, na Diocese de Chanthaburi, abrangendo mais de 800 quilômetros.

As autoridades informaram que as operações de evacuação estão em andamento ininterruptamente, com centenas de abrigos temporários montados às pressas em distritos fronteiriços.

“Várias pessoas foram mortas e feridas, e mais de 250 mil pessoas foram evacuadas para cerca de 900 abrigos temporários. A situação permanece tensa e não há indícios de que vá melhorar em breve”, afirmou a CBCT.

Evacuados fogem com pouco aviso prévio

Ao contrário da primeira onda de confrontos em julho, muitas famílias tailandesas na província de Surin disseram ter fugido antes mesmo de ouvirem tiros, após alertas de líderes locais depois de uma breve escaramuça na fronteira no domingo.

A maioria dos evacuados desta vez saiu levando apenas algumas mudas de roupa; alguns disseram que até se esqueceram de trancar suas casas na pressa de escapar.

As condições nos abrigos permanecem precárias, mas refeições regulares e o apoio de voluntários têm ajudado a aliviar a pressão sobre as famílias deslocadas.

Resposta da Igreja Católica

A Conferência Episcopal Católica da Tailândia (CBCT) observou que a Igreja Católica local, por meio da Cáritas e seus braços de ação social nas dioceses de Ubon Ratchathani, Nakhon Ratchasima e Chanthaburi, está “fornecendo assistência urgente aos afetados, da melhor maneira possível”.

“Para demonstrar a unidade na fé em Cristo, a Conferência Episcopal Católica da Tailândia (CBCT) convida todas as dioceses, ordens religiosas, organizações católicas e todos os cristãos benevolentes a demonstrarem amor e compaixão aos nossos irmãos e irmãs que estão sofrendo, por meio de doações de acordo com suas possibilidades, através da Caritas Tailândia”, concluiu o comunicado.

A mensagem foi assinada pelo Arcebispo Francis Xavier Vira Arpondratana, Arcebispo de Bangkok e presidente da CBCT.

A Caritas Tailândia informou à LiCAS News em 12 de dezembro que tem coordenado ações de perto com as dioceses ao longo da fronteira desde o início dos confrontos.

“Desde 7 de dezembro, temos coordenado ações com a Diocese de Ubon Ratchathani e a Diocese de Chanthaburi”, afirmou a Caritas Tailândia. “Nos preparamos para a situação na fronteira após os confrontos anteriores, incluindo a designação de áreas dentro de igrejas católicas como centros iniciais de evacuação e trabalhando com órgãos governamentais locais.”

Quatro igrejas católicas, duas em Ubon Ratchathani e duas em Chanthaburi, foram abertas como abrigos temporários para os evacuados.

Papa apela por cessar-fogo imediato

Durante sua Audiência Geral na Praça de São Pedro, em 10 de dezembro, o Papa Leão XIV expressou profunda preocupação com a escalada da violência.

“Estou profundamente triste com as notícias do recrudescimento do conflito na fronteira entre a Tailândia e o Camboja”, disse o Papa. “Houve vítimas, inclusive civis, e milhares de pessoas foram forçadas a deixar suas casas.”

Ele apelou a ambas as nações para que “cessem o fogo imediatamente e retomem o diálogo”.

Igreja cambojana ecoa apelo pela paz

A Igreja Católica no Camboja também manifestou sua preocupação com a intensificação do conflito. Em uma mensagem conjunta, os bispos Olivier Schmitthaeusler, Pierre Suon Hangly e Enrique Figaredo exortaram ambos os lados a priorizarem a paz e encorajaram os católicos a auxiliarem os deslocados.

A Cáritas Camboja também começou a fornecer apoio às comunidades afetadas ao longo da fronteira.

Enquanto os combates não mostram sinais de arrefecimento, as comunidades católicas na Tailândia e no Camboja continuam a coordenar esforços humanitários, ao mesmo tempo que apelam ao diálogo, à moderação e a um rápido retorno à paz.

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