AJUDA

Bispos alemães apelam por Madagascar, atormentado por seca e fome

Novo relatório da ONU apontou Madagascar como um dos dois mais novos focos de fome de ‘maior alerta’ do mundo

Da redação, com Vatican News

Insetos, argila e folhas são os únicos alimentos de que a população de Madagascar pode sobreviver no momento, devido a uma forte seca que, nas últimas semanas, levou-os a condições de quase fome. Os bispos católicos da Alemanha soaram o alarme por meio da Comissão para a Igreja Universal.

“Existe o risco de um massacre, a situação é desastrosa e a fome é galopante de forma assustadora. Portanto, apelo à comunidade internacional para que aja rapidamente para evitar uma fome ainda mais dramática”, escreveu o presidente da Comissão, o arcebispo Ludwig Schick, em um comunicado oficial.

O religioso lembrou ainda que várias famílias da zona rural já foram obrigadas a abandonar suas casas devido a “tempestades de areia e campos secos”. O sul de Madagascar é particularmente a região mais afetada, onde a população sobrevive apenas graças à “ajuda humanitária estrangeira”, observou.

Questão de sobrevivência

Até agora, explicou o bispo alemão, “bebês e crianças estão em pele e osso”. Por isso é necessária a ajuda de todos, pois “sem medidas radicais de apoio o número de famintos dobrará em pouco tempo”.

“Diante desse cenário alarmante, a comunidade global tem o dever de garantir a sobrevivência da população”. O arcebispo pediu contribuições à Caritas Internationalis e à Misereor.

A Caritas Internationalis é uma confederação de 165 organizações católicas de ajuda, desenvolvimento e serviço social que operam em mais de 200 países e territórios em todo o mundo. A Misereor é uma organização dos bispos católicos alemães para a cooperação para o desenvolvimento.

Um mundo mais justo

Em maio de 2018, o arcebispo Schick chefiou uma delegação episcopal alemã ao país africano, por ocasião do oitavo encontro dos bispos teuto-africanos, realizado na capital, Antananarivo, sobre o tema do desenvolvimento humano integral.

Ao final do encontro, os bispos de ambos países divulgaram um comunicado no qual se comprometem a “construir um mundo mais justo”, porque “todas as criaturas humanas têm direito a uma vida digna, graças a uma alimentação adequada, direito a beber água potável, educação e assistência médica”, disseram.

Alarme da ONU

O novo relatório das Nações Unidas alertou sobre a insegurança alimentar aguda em 23 focos de fome no mundo, entre eles Madagascar.

Intitulado “Pontos de Fome”, o relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) apontou a Etiópia e Madagascar como os mais novos pontos de fome de “maior alerta” do mundo para as perspectivas de agosto a novembro de 2021.

O Sudão do Sul, o Iêmen e o norte da Nigéria já estavam entre os pontos críticos de insegurança alimentar de maior preocupação global antes da Etiópia e Madagascar. Em algumas áreas desses países, as populações já experimentam níveis catastróficos de insegurança alimentar e um número significativo de pessoas também está em risco.

O relatório informa que no sul de Madagascar — sob efeitos da pior seca dos últimos 40 anos, combinada com o aumento dos preços dos alimentos e pragas que afetam as safras básicas — espera-se que uma deterioração sustentada da insegurança alimentar aguda leve 14 mil pessoas à insegurança alimentar m setembro. Espera-se que esse número dobre até o final do ano, com 28 mil pessoas necessitando de ações urgentes para evitar mortes generalizadas e fome.

O Papa Francisco visitou Madagascar em setembro de 2019, como parte de uma visita a três nações que incluiu Moçambique e Maurício.

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