Para Dom Rifan, que toca o acordeon da banda, a finalidade é mostrar a confraternização dos bispos, em que, segundo ele, todos se unem “nessa alegria”
Mauriceia Silva,
Enviada a Aparecida, com colaboração de Jean César
Além de ser uma oportunidade de reflexão sobre importantes temas que cercam a Igreja no Brasil, a 60ª Assembleia Geral da CNBB também é um ambiente de reencontro e fraternidade. Uma banda musical formada por bispos animou a noite de convivência do episcopado brasileiro nesta segunda-feira, 25.
O noticias.cancaonova.com conversou com Administrador Apostólico de São João Maria Vianney, Dom Rifan, sanfoneiro da banda, e com o bispo da diocese de Lajes, Dom Guilherme Werlang, um dos vocalistas do grupo. Juntos, os bispos contaram como a música faz parte de suas vidas.
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Segundo Dom Rifan, a iniciativa da banda surgiu com um pedido pessoal de Dom Walmor que havia sido feito há cerca de quatro anos.
Confraternização em que todos se unem
“Ele sabe que toco acordeon, então, trago-o sempre junto com os instrumentos de ritmo. Os bispos vão chegando e perguntam: ‘olha quando vai ser nossa animação, nossa recreação?’”, explicou o bispo e músico.
Segundo Dom Rifan, a finalidade é mostrar a confraternização dos bispos. Trata-se de um momento de confraternização em que todos se unem. “Todos cantam essas canções populares mesmo, acho que isso é muito bom”, disse.
O sanfoneiro Dom Rifan comentou que todos gostam. Esta já é a segunda vez que o momento musical acontece na Assembleia. “Todos cantam aquelas músicas tradicionais, folclóricas, é muito bom. Acho que isso mostra a confraternização, a comunhão, a alegria”, ressaltou.
O prelado faz questão de frisar que este é um momento de lazer após os intensos trabalhos. “As pessoas podem olhar e dizer, ‘os bispos só ficam lá cantando’. Mas não, ali é um momento de lazer, de extensão que mostra alegria e comunhão”, ponderou.
O lazer e a festa integram a vida humana
Dom Guilheme Werlang reforçou a afirmação trazida por Dom Rifan. Ele quase duas décadas e meia como bispo e diz que os momento de debates, estudo de tema e votações são levados muito a sério. Por outro lado, obserou que o lazer e a festa fazem parte da vida humana.
“Sempre à noite, em alguns momentos, fazemos nossas confraternizações. Às vezes até assamos algum churrasco, porque nunca podemos esquecer que antes de sermos padres, bispos, irmãs religiosas, temos que ser plenamente seres humanos”, ponderou o bispo da diocese de Lajes.
Segundo Dom Guilherme, quem não tiver lazer, quem não sabe se divertir com certeza é uma pessoa doente. “O lazer e a festa fazem parte da vida humana. Temos como principal exemplo Jesus Cristo. Jesus de Nazaré ia às festas”, apontou.
Dom Guilherme conta que o dom de cantar é algo de família. “Meu pai e minha mãe tiveram 11 filhos. Nas noites de verão havia cantoria. O pai e a mãe ensinavam-nos a cantar a quatro vozes. O pai mesmo cantava no coral na igreja lá no sítio, na comunidade São Sebastião, no interior de São Carlos, em Santa Catarina. E a mãe cantava melhor ainda do que o pai,” recordou Dom Guilherme.
Desde o berço
A arte do canto na família de Dom Guilherme veio desde o início. Todos os seus irmãos aprenderam a cantar com muita facilidade. “E eu acho que uma das coisas que faltam na família é os pais contarem histórias, cantarem com os filhos. Hoje está tudo muito no digital, no celular, e a vida familiar está minguando”, lamentou.
Por fim, Dom Guilherme conta que poder aprender a cantar no colo do pai ou da mãe, e em roda como se faz em várias partes do Brasil, é fundamental para a família. “Graças a Deus todo mundo aprendeu a cantar, e eu levo isso desde o berço, e continuo, onde posso participar, porque quem canta seus males espanta,” concluiu o bispo.