15 de agosto

Assunção de Maria: 75 anos do dogma e séculos de devoção

Dogma da assunção de Maria foi definido pelo Papa Pio XII em 1950, mas se trata de uma crença muito antiga entre os cristãos

Da redação

Pintura da Assunção de Maria no teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Capuchinhos em Roma, Itália / Foto: Livioandronico2013 via Wikimedia Commons

A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora é celebrada nesta sexta-feira, 15, e este ano é ainda mais especial, pois celebram-se os 75 anos da proclamação do Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma. Aqui no Brasil, por decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a celebração é transferida para o domingo.

Este dogma foi solenemente definido pelo Papa Pio XII por meio da Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus, promulgada no dia 1º de novembro de 1950, na qual destaca o testemunho desta convicção desde os primórdios do Cristianismo e o escrito de vários santos (cf. nº 12 a0 37). Embora o dogma seja recente, trata-se de uma crença muito antiga entre os cristãos. 

Devoção antiga

Desde os primeiros séculos do Cristianismo, os fiéis celebravam a assunção de Nossa Senhora, usando termos como “Dormição”, conforme a tradição bizantina do século V, ou ainda “nascimento para o Céu”. No documento em que instituiu o dogma, o Papa Pio XII recorda alguns testemunhos e indícios desta convicção:

“Os inumeráveis templos consagrados a Deus em honra da assunção de Nossa Senhora, e as imagens neles expostas à veneração dos fiéis, que mostram aos olhos de todos este singular triunfo da santíssima Virgem. Muitas cidades, dioceses e regiões foram consagradas ao especial patrocínio e proteção da assunção da Mãe de Deus. Do mesmo modo, com aprovação da Igreja, fundaram-se Institutos religiosos com o nome deste privilégio. Nem se deve passar em silêncio que no rosário de nossa Senhora, cuja reza tanto recomenda esta Sé Apostólica, há um mistério proposto à nossa meditação, que, como todos sabem, é consagrado à assunção da santíssima Virgem ao céu” (Munificentissimus Deus nº 15).

Os três mistérios do Rosário (gozosos, dolorosos e gloriosos) foram instituídos pelo Papa São Pio V, em 1569.

Dia de Preceito

A festa da Assunção de Nossa Senhora é um dia de preceito, ou seja, os católicos são obrigados a participar desta Missa. Porém, aqui no Brasil a CNBB transferiu a solenidade para o domingo.

Pio XII, na Munificentissimus Deus, explica que esta celebração foi elevada ao rito das festas mais solenes do ciclo litúrgico (cf. nº19). “Com esta festa não se comemora somente a incorrupção do corpo morto da santíssima Virgem, mas principalmente o triunfo por ela alcançado sobre a morte e a sua celeste glorificação à semelhança do seu Filho unigênito, Jesus Cristo” (cf. nº 20).

Privilégio único

O Catecismo da Igreja Católica (CIC 966) destaca que “a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte”. Uma antecipação da ressurreição que será vivida pelos outros cristãos.

Diferente da Ascensão, onde Jesus subiu ao Céu com seu próprio poder, na assunção Maria foi elevada ao Céu pela graça de Deus. No documento “Munificentissimus Deus“, o Papa explica que Deus concederá aos justos o pleno efeito da vitória sobre a morte quando chegar o fim dos tempos, “por este motivo, os corpos dos justos se corrompem após a morte, e só no último dia se juntarão com a própria alma gloriosa”.

Contudo, “Deus quis excetuar dessa lei geral a bem-aventurada virgem Maria. Por um privilégio inteiramente singular ela venceu o pecado com a sua concepção imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até ao fim dos tempos” (Munificentissimus Deus nº 5).

“No teu parto guardaste a virgindade e na tua dormição não abandonaste a mundo, ó Mãe de Deus: alcançaste a fonte da vida. Tu que concebeste o Deus vivo e que, pelas tuas orações, hás-de livrar as nossas almas da morte” (CIC 966; Tropário da festa da Dormição da Virgem Maria – Liturgia Bizantina)

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