NO SANTUÁRIO DE CONGONHAS

Arte de Aleijadinho transforma pedra e madeira em convite à oração

No alto da serra do Ouro Branco, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais, guarda uma das maiores expressões da arte sacra brasileira. As esculturas dos doze profetas em pedra sabão e cenas da Paixão de Cristo esculpidas em madeira revelam a fé talhada pelo talento de Aleijadinho e sua oficina. Um cenário que emociona e evangeliza, a céu aberto.

Reportagem de Vanessa Anicio e Vitor Ferreira

Na entrada do santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas, fé e arte se encontram. No adro, os 12 profetas esculpidos por Aleijadinho e sua oficina impressionam pela expressão e simbolismo. As imagens em tamanho natural parecem conduzir o visitante escadaria acima rumo à palavra divina. 

“Eles são um marco do Barroco Mineiro pela sua teatralidade. Cada profeta ele anuncia, ele comunica algo, de forma teatral. E eles estão sempre se comunicando, eles estão sempre conversando. Então, a gente consegue perceber, que a gente tem uma simetria. Os profetas, eles dois estão sempre olhando pra frente, apontando pro lado esquerdo e direito”, analisou o historiador, Matheus Velozo. 

Espalhadas pelo jardim, as seis capelas dos Passos abrigam 66 imagens em madeira de cedro, também atribuídas a Aleijadinho. Elas representam a Via Crucis de Jesus, do julgamento à crucificação. 

Entre profetas esculpidos em Pedra Sabão e os passos da paixão talhados em madeira, o visitante percorre mais do que um caminho artístico.  Cada detalhe conduz a uma experiência de fé e contemplação. 

“Há uma beleza e profunda expressão teológica nisso tudo e que nós não podemos ver somente como arte cultural, ou como cultura, mas é preciso vermos com o olhar da fé, do coração, que nos mostra o que os artistas, o que aqueles que idealizaram queriam nos transmitir. Um Cristo que sempre é acolhedor, misericordioso e compassivo”, afirmou o reitor da Basílica Bom Jesus de Matosinhos, o monsenhor Nedson Pereira. 

Inspirado em santuários portugueses, o conjunto arquitetônico emociona e evangeliza. Obra prima que une fé, arte e história. Célio veio de Miradouro, na zona da Mata Mineira, agradecer ao Bom Jesus e ficou impressionado com a beleza do que encontrou. “Você sente, a presença de Deus. Então aí a gente fica mesmo emocionado, ainda mais quando vem agradecer uma bênção que a gente recebeu”, concluiu o serralheiro, Célio da Costa Lima.

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