Uma paróquia de apenas 10 anos tornou-se prelazia em 1575, diocese em 1676 e arquidiocese em 1892, sendo uma das maiores e mais antigas arquidioceses do Brasil
Kelen Galvan
Da Redação

As cinco catedrais do Rio de Janeiro ao longo da história / Fotos: Reprodução WebTV Redentor e nok6716 de Getty Images via Canva
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro celebra seu Jubileu Arquidiocesano, que começou no dia 19 de julho, festejando os 450 anos da criação da Prelazia do Rio de Janeiro, e prossegue até 16 de novembro de 2026 com a celebração dos 350 anos da criação da Diocese.
Uma história que começou dez anos após a fundação da cidade, em 1º de março de 1565, por Estácio de Sá. A cidade foi chamada desde seu início de “São Sebastião do Rio de Janeiro”, como forma de homenagear o rei Dom Sebastião de Portugal e o santo católico, de mesmo nome, declarado padroeiro do município.
A criação da Prelazia ocorreu no dia 19 de julho de 1575, por decisão do Papa Gregório XIII. “Desmembrada do Bispado da Bahia, o território da nova Prelazia estendia-se desde a Capitania de Porto Seguro, até o Rio da Prata”, descreve o site da Arquidiocese. O primeiro prelado a administrar a circunscrição eclesiástica foi Padre Doutor Bartolomeu Simões Pereira (1578-1603).
“Nós tínhamos apenas 10 anos de paróquia de São Sebastião do Rio de Janeiro quando nos foi confiada justamente metade do Brasil enquanto prelazia. Eu creio que a Arquidiocese do Rio serviu como Prelazia e hoje como Diocese a toda essa região do Brasil, com evangelização, com missão, questão de paróquias, enfim, aquilo tudo que competia a uma Prelazia e depois a uma Diocese”, destaca o atual arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta.
A elevação à categoria de diocese
Cem anos depois, em 16 de novembro de 1676, o Papa Inocêncio XI, por meio da Bula “Romani Pontificis pastoralis sollicitudo”, elevou a prelazia à categoria de Diocese, como sufragânea da Sé Metropolitana de São Salvador da Bahia, criada na mesma data. O primeiro bispo nomeado para a nova Diocese foi o dominicano D. Frei Manoel Pereira, natural de Lisboa, Portugal, que renunciou antes mesmo de tomar posse.
Nesse período de transição, o governo pastoral permaneceu sendo administrado pelo prelado Padre Doutor Francisco da Silveira Dias (1673-1681), a quem coube transmitir o governo da Diocese ao segundo bispo nomeado: Dom José de Barros Alarcão (1680 – 1700), que tomou posse no dia 14 de dezembro de 1681.
Da Diocese do Rio de Janeiro, posteriormente, surgiram 131 arquidioceses, dioceses e prelazias. Ao longo da história, a arquidiocese teve cinco igrejas catedrais como sede: Igreja de São Sebastião (1676 – 1734), Igreja de Santa Cruz dos Militares (1734 – 1737), Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos (1737 – 1808), Igreja Nossa Senhora do Carmo (1808 – 1972) e Catedral Metropolitana de São Sebastião (desde 1972).
Em 27 de abril de 1892, ela foi elevada à Arquidiocese. Por meio da bula “Ad universas orbis ecclesias” do Papa Leão XIII, a hierarquia eclesiástica no Brasil foi reorganizada. Até então, havia apenas o arcebispado de São Salvador da Bahia e onze bispados sufragâneos. A partir desta bula, foram criadas duas Províncias Eclesiásticas: uma no norte do país, com sede em São Salvador da Bahia, e a outra no sul, sendo o Bispado do Rio de Janeiro elevado à categoria de Sé Metropolitana.
O primeiro arcebispo metropolitano foi Dom João Esberard (12.09.1893 a 22.01.1897). O atual arcebispo, o Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist., (desde 19.04.2009) foi o sétimo a ser nomeado para a missão.
“Nós queremos fazer memória de nossa história no ano jubilar especial, vendo quantos frutos, quantas Arquidioceses e Dioceses surgiram da antiga Prelazia do Rio de Janeiro, que completa 450 anos neste ano”, enfatizou o Cardeal Tempesta.