Missa da noite desta quinta-feira, 10, marcou a apresentação deste importante símbolo do Círio; Peça foi confeccionada e doada pelo Ateliê Arte Sacro, da estilista Letícia Nassar
Julia Beck
Da redação
O novo manto confeccionado para adornar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante o Círio 2024 foi apresentado na noite desta quinta-feira, 10. Na celebração eucarística, presidida pelo arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira, foi manifestada a gratidão ao Ateliê Arte Sacro, da estilista Letícia Nassar, que doou a peça deste ano. O estúdio tem grande relevância na história da Igreja no Brasil por ter confeccionado paramentos para o Papa Bento XVI e para o Papa Francisco – as vestes foram utilizadas pelos Pontífices durante passagem pelo país.
Em sua homilia, Dom Alberto afirmou que a arquidiocese estava transbordando de alegria com a celebração de mais um Círio. Ele citou a grande movimentação de bispos, sacerdotes e leigos que vieram até Belém – e estão a caminho – para viver esta festividade.
No mistério de Cristo, o arcebispo destacou a figura de Nossa Senhora, “fonte de luz e vida”. “Desde a manhã ressoava em meu coração a oração mais antiga dirigida a Nossa Senhora. Uma boa parte das pessoas sabe rezar essa oração: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém”.
Oração a Maria
Na sequência, refletiu sobre esta prece e reforçou os adjetivos que ela atribui a mãe de Deus: gloriosa e bendita. Ele também incentivou a invocação a Nossa Senhora diante das necessidades, principalmente na hora da morte (como é pedido na oração “Ave Maria”).
“A Virgem Maria, ensina São João Paulo II, continua a acompanhar todos nesta peregrinação da fé”, muitas vezes transformando o “vale de lágrimas” (como consta na oração “Salve Rainha”) em “vale de sorrisos e de alegria”. “Todos somos peregrinos” mirando a vida na fé, na esperança e na caridade, complementou Dom Alberto.
Por fim, o arcebispo frisou o começo da oração – “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus”. De acordo com ele, desde os primórdios, Maria protege a Igreja e todo o povo de Deus. “O mundo precisa dessa proteção de Nossa Senhora”, salientou. A partir desta premissa, Dom Alberto incentivou os fiéis a se colocarem debaixo do manto de Maria – um lugar de carinho e proteção.
Manto
Um dos ícones do Círio de Nazaré, o manto 2024 foi apresentado ao final da Missa. O símbolo foi inspirado no tema da festa: “Perseverar na oração, com Maria, a mãe de Jesus”. Ele conta a história da perseverança de Maria, Mãe de Jesus. Desde o seu sim, na Anunciação, até a entrega de seu Filho na Cruz.
A frente do manto traz dois grandes lírios, símbolos da bondade e ternura de Maria, virtudes fundamentais em sua ação intercessora. E em todo o Manto há arabescos em linha de ouro representando as bênçãos que emanam da Cruz de Cristo, e em cada uma delas, flores simbolizando a intercessão de Maria.
O fundo do manto é bordado com 240 metros de fio de ouro, revestidos de cristal transparente. Os arabescos feitos à mão também foram feitos neste mesmo material em 12 tipos de linhas diferentes.
Na parte posterior, tem ao centro o “M” de Maria envolvido por uma moldura de arabescos que simboliza a berlinda de Nazaré, com seus anjos e suas flores. Abaixo do “M” o maior sim de Maria, “Eis aqui a serva do Senhor” vem gravado em uma flâmula de prata com acabamento dourado. Mais abaixo uma medalha em homenagem aos 50 anos da Guarda de Nazaré. Acima do “M”, a Cruz de Cristo, relembra o grande Sacrifício pela salvação do mundo, derramando sangue e água, pela purificação de todos os pecados.
O manto conta também com mais de 200 zircônias de 1 quilate cada, em toda a borda simbolizando as muitas Ave Marias que os católicos devem durante o dia. As flores representam a singela beleza da Mãe de Jesus. Elas são feitas de diversos materiais nobres como cristais, pérolas, prata, e pétalas de tecido bordadas a mão. O broche tem a imagem de Nossa Senhora da Divina Providência, à qual os padres barnabitas têm uma devoção especial e está envolto em um terço azul de topázios.