Em março do ano passado, irmã Regina Khuan estava em uma estrutura que abrigava muitos refugiados, incluindo mulheres grávidas, crianças e idosos
Da Redação, com Vatican News
Em Mianmar, a violência não para. Segundo a religiosa da Congregação das Irmãs da Reparação, Regina Khuan Num Sang, a história é dramática e desoladora. A irmã deixou Mianmar há pouco mais de um mês e levou com ela para a Itália todo o horror de um país ainda abalado pela violência e pelas mortes após o golpe de Estado de 2021.
“Quase todos os dias, eu fico sabendo de aldeias incendiadas, campos de refugiados bombardeados e jovens presos apenas por serem suspeitos: a situação realmente piorou”, afirmou.
A religiosa disse que as paróquias são destruídas e os cristãos, na maioria das vezes, encontram refúgio em campos de refugiados. Sua congregação está presente no país asiático desde 1895, e trabalha em dez dioceses, cuidando principalmente dos pobres e abandonados.
“Nesta situação de guerra, minhas coirmãs se ofereceram como voluntárias para ajudar, e até mesmo nossos centros para retiro espiritual se tornaram abrigos para refugiados”, explica Khuan.
Em março do ano passado, a irmã Regina estava em uma estrutura que abrigava muitos refugiados, incluindo mulheres grávidas, crianças e idosos. “Quando ouvíamos os sons das bombas”, recorda ela, “procurávamos um lugar para nos abrigar, geralmente no porão”. “Durante a noite, era difícil até mesmo adormecer por causa dos tiros de artilharia. Em 6 de junho, a igreja de Nossa Senhora da Paz, adjacente ao nosso convento, foi atingida e gravemente danificada”. Foi a sexta vez que soldados, no espaço de pouco tempo, atacaram uma estrutura católica naquela mesma área.
Ajuda da Igreja
A Igreja local presta auxílio à população e está tentando, por todos os meios, apoiar os deslocados com bens de primeira necessidade, acompanhamento espiritual e moral.
Os jovens que deram suas vidas pela paz pediram às pessoas nos campos de refugiados que rezassem para que os líderes políticos pudessem mudar seus corações, afirma. A religiosa também informa de uma delegação de párocos que recentemente “se encontrou com os líderes políticos do país para pedir um cessar-fogo”, até agora infelizmente sem qualquer resposta.
Leia mais
.: Golpe em Mianmar: Ajuda à Igreja que Sofre pede orações
Retomadas as execuções
Enquanto isso, a junta militar no poder anunciou, no sábado, que as execuções serão retomadas pela primeira vez desde 1990. A pena de morte será aplicada a quatro pessoas condenadas por terrorismo, incluindo um membro do partido de Aung San Suu Kyi e um ativista pró-democracia.