Em dia dedicado à memória de vítimas de violência por motivos religiosos, editora-chefe do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo comenta estatísticas
Da Redação, com ACN Brasil

Editora-chefe do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo, Marta Petrosillo / Foto: ACN
Nesta sexta-feira, 22, é celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2019.
Segundo a editora-chefe do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo (RLR), Marta Petrosillo, a importância deste dia está em fazer memória das vítimas de violência por causa da fé. Ela também comenta algumas conclusões apresentadas pela edição de 2025 do relatório realizado pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) e publicado a cada dois anos.
“De forma geral, houve uma deterioração na liberdade religiosa desde que a ACN lançou o RLR, em 1999”, explica Marta. Nas últimas décadas, a situação se agravou na África, pontuou, com o extremismo religioso crescendo em lugares onde antes era desconhecido. Além disso, há também um crescente nacionalismo étnico-religioso na Ásia, e o Oriente Médio continua sendo uma área de preocupação.
Marta alerta que, “se a liberdade religiosa for negada a um grupo, mais cedo ou mais tarde também será negada a outros”. Diante disso, a editora-chefe frisa que, para a ACN, é importante que a liberdade religiosa seja garantida igualmente a todos. “É importante ter este dia dedicado às vítimas desse tipo de violência, para conscientizar, porque as violações da liberdade religiosa afetam e causam sofrimento para muitas pessoas, embora às vezes haja uma tendência a ignorar esse fenômeno”, complementa.
Perseguição em diferentes continentes
Existem três tipos diferentes de perseguição religiosa: a perpetrada pelo Estado; a causada pelo extremismo religioso, como grupos jihadistas; e a causada pelo nacionalismo étnico-religioso.
Um dos continentes onde a situação piorou foi a África, especialmente durante as últimas décadas, quando o extremismo religioso realmente cresceu. Há muitos grupos jihadistas perpetrando mais ataques, inclusive em países onde as relações inter-religiosas não eram um problema. “Assistimos também a um agravamento da situação do nacionalismo étnico-religioso na Ásia, e o Oriente Médio continua a ser uma área com uma instabilidade significativa, que afeta fortemente a liberdade religiosa”, acrescenta Marta.
A editora-chefe também cita um aumento nas violações da liberdade religiosa na América Latina. “Nos últimos anos, vimos um aumento de ataques contra alguns grupos religiosos no Ocidente: vandalismo contra igrejas e um aumento de episódios antissemitas e anti-islâmicos por causa da guerra em Gaza”, indica.