Devoto testemunha a fé em Nossa Senhora de Fátima em especial na pandemia: “Que ela seja luz na nossa vida”
Jéssica Marçal, com colaboração de Luciane Marins
Da Redação
“A 13 de maio na Cova da Iria, no céu aparece a Virgem Maria.” O cântico entoado fervorosamente nesse 13 de maio renova a esperança dos devotos de Maria ao celebrá-la com o título de Fátima. Aquela que há mais de 100 anos apareceu aos pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco, nesta cidade portuguesa, inspira católicos em todo o mundo a rezar o terço e esperar por dias melhores.
O jovem estudante Maurício José Ribeiro Campos Felizardo cresceu em uma paróquia dedicada a Nossa Senhora de Fátima em Lorena, interior de São Paulo. Ele sempre foi devoto da Virgem, mas foi em 2020, quando começou a pandemia no Brasil, que a devoção se intensificou.
“Eu depositei em Maria toda a minha confiança e esperança de que a situação da pandemia no Brasil e no mundo ia melhorar. Nesses 13 dias eu rezava, pedindo a intercessão de Nossa Senhora de Fátima pelo Brasil e o mundo.”
Maurício conta que, diante do cenário de desolação que se instaurou – o pavor pelo vírus, o comércio fechando, as pessoas perdendo emprego – ele teve fé em Nossa Senhora de Fátima. “Ela livrou o mundo da guerra, ela era luz na vida dos pastorinhos. Então, que ela também possa ser luz na nossa vida.”
A Virgem de Fátima e a oração pelo mundo
Com a pandemia que ainda segue fazendo vítimas em 2021, o jovem destaca a importância da devoção. E isso em qualquer santo, mas de modo especial em Maria, que acolhe e ampara nas necessidades.
“Cada imagem de Nossa Senhora tem a sua posição, o seu manto, a sua coroa. Nossa Senhora de Fátima sempre tem as mãos postas rezando por nós, pela paz no mundo. A Mãe de Deus, nos seus diferentes títulos, está sempre a nosso favor.”
Nesse ano, Maurício participou da trezena de Fátima com um revezamento entre presencial e pela internet devido à pandemia. Ele fica muito tocado ao final das celebrações, no momento com a Virgem Maria.
“As pessoas se emocionam, choram, porque elas querem a graça, a cura, o fim da pandemia. Quando nós nos dirigimos aos pés de Nossa Senhora de Fátima, rezamos a Ave-Maria e cantamos ‘A 13 de maio’ é o momento de graça e paz que é muito esperado durante a trezena”.
A celebração em Fátima
A celebração do 13 de maio, recordando as aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos, é especial para muitos fiéis em todo o mundo. O diretor do Departamento de Liturgia do Santuário de Fátima, padre Joaquim Ganhão, concedeu uma entrevista à Rádio Canção Nova em Portugal sobre as peregrinações deste ano lá em Fátima. O tema é “Louvai o Senhor que levanta os fracos”.
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Diferente do ano passado, quando não houve público, para essa peregrinação do 12/13 de maio foi permitida a participação de 7.500 peregrinos. O santuário segue todos os critérios já estabelecidos para a peregrinação de outubro do ano passado. “Esse trabalho com as autoridades de saúde tem sido contínuo”, pontuou padre Ganhão.
As aparições de maio
O sacerdote destaca que as aparições de maio são como um pórtico das aparições de Nossa Senhora. “É o início de um diálogo bonito que vai ocupar a relação de Nossa Senhora com os pastorinhos durante este mês até outubro”.
Nossa Senhora apresenta-se logo como aquela que vem do céu, recorda padre Ganhão. As crianças são chamadas a perceber que o que está acontecendo ali é que o céu foi até elas. Nossa Senhora não esconde das crianças o sofrimento, mas garante que seu imaculado coração será um refúgio.
“Esta expressão de Nossa Senhora é, de fato, um momento que não deve ter sido fácil para as crianças, mas foi decisivo, e nisso está aquilo que é toda a mensagem de Fátima.”
O sacerdote destaca, então, o desafio lançado por Nossa Senhora já nesta primeira aparição, e que hoje se dirige a todos: o convite a rezar o terço todos os dias para alcançar a paz. As aparições de Fátima são um acontecimento de luz, acrescenta o padre.
“A mensagem de Fátima é de uma frescura atual que, de fato, nos surpreende sempre. Neste momento em que ainda temos tanta gente em situação de sofrimento, seja com a pandemia seja com tantos outros tormentos que a vida traz, aqui podemos sentir o eco desta palavra: ‘E Tu, sofres muito? Não desanimes, eu nunca te deixarei’. Esta presença de Nossa Senhora que nos conduz até Deus”.