ESPECIAL MONSENHOR JONAS ABIB

Monsenhor Jonas Abib – Um Ano de Eternidade

Alguém que fazia da finitude, um recomeço; da tristeza, uma motivação. Neste um ano de eternidade do fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib, é assim que seu amigo e cofundador da Canção Nova, Wellington Silva Jardim, mais conhecido como Eto, recorda o sacerdote.

“Padre Jonas, quando perdia alguém íntimo, alguém da comunidade, logicamente que ele ficava triste, mas sempre fazia do acontecido algo novo para a comunidade”, explica. Eto lembra então do primeiro falecimento de um integrante da Canção Nova, Isabel Cortez, em 1991. Segundo Jardim, na Missa de corpo presente, padre Jonas lançou o apelo – até hoje difundido pela comunidade: “ou santos ou nada”!

Após 1991, foi assim que o fundador da Canção Nova ensinou aos membros da comunidade sobre como encarar o luto e seguir em frente. “Ele não ficava na parte negativa ou na tristeza, ele motivava”, acrescenta.

Luzia Santiago

“Eu comecei com o padre, não é vanglória, é testemunho (…). Nunca ouvi ele falar um palavrão, falar mal de alguém. Era um homem misericordioso, mas firme, era verdadeiro. Para esse padre Jonas que devemos olhar e seguir em frente. Nada o detinha”.

Padre Wagner Ferreira

“A melhor forma de homenagear o Monsenhor Jonas é vivendo o carisma da Comunidade Canção Nova. Ele deixou tudo muito bem estruturado e consolidado. Que o Senhor nos dê coragem e fidelidade de prosseguir com esta obra”

Um ano de saudade

A missionária da Canção Nova e apresentadora do “Sorrindo pra Vida”, Paula Guimarães Guimarães, iniciou sua caminhada na Canção Nova aos 18 anos e frisa que foi atraída por “esse padre que acreditava nos jovens”. “Ele acreditava em mim”, complementa.

“Foi um ano de muita saudade”, sublinha Guimarães. Ela, que teve um convívio próximo de Monsenhor Jonas, afirma que ele fez muita falta. “Era uma presença muito alegre e acolhedora”, reitera.

O presidente da Comunidade Canção Nova e da Fundação João Paulo II (funções que eram desempenhadas por Monsenhor Jonas), padre Wagner Ferreira, também entende que foi um período de “muita saudade”. “Convivi com ele por mais de 30 anos (…). Foi um pai, um sacerdote carinhoso e zeloso”, cita.

Ao mesmo tempo que 2023 foi marcado pela ausência física do fundador da Canção Nova, Paula relata que ele esteve presente nos corações de cada missionário. Todas as vitórias de 2023 foram dedicadas a ele, enfatiza. Padre Wagner retoma o ano celebrativo que foi 2023: “comemoramos os 45 anos de fundação da Canção Nova”.

A cofundadora da comunidade, Luzia Santiago, indica que Monsenhor Jonas permanece vivo em suas obras, livros, pregações e no exemplo deixado. Eto complementa: “O padre é eterno”.

12 de dezembro de 2022

Os 365 dias que separam esta terça-feira, 12, do dia 12 de dezembro de 2022 não foram suficientes para diminuir a saudade. “Um ano passou muito rápido”, é o que diz Luzia.

São 50 anos de história entre ela e o sacerdote. “Eu comecei com o padre, não é vanglória, é testemunho (…). Nunca ouvi ele falar um palavrão, falar mal de alguém. Era um homem misericordioso, mas firme, era verdadeiro. Para esse padre Jonas que devemos olhar e seguir em frente. Nada o detinha”.

Luzia conta que, até o último dia, Monsenhor Jonas “sorriu e cantou” – vivendo a frase que sempre pregou para os membros da Canção Nova: “O nosso hábito é o sorriso!”. Naquele 12 de dezembro, a cofundadora da comunidade frisa que, além de sorrir, Padre Jonas amou e “partiu amando”. “Que nossa vida seja isso”, incentiva.

Última missa, último ensinamento

O missionário, padre Márcio Prado, volta um pouco mais no tempo, no dia 11 de dezembro de 2022. “Coube a mim celebrar a última missa de que Monsenhor Jonas participou. Ele estava impossibilitado de presidir, apenas podia concelebrar. Foi por volta das 17h, no seu quarto”, relembra.

O sacerdote afirma que não fazia ideia de que seria aquela a última eucaristia que o fundador da Canção Nova participaria em vida, “para no dia seguinte participar com o Senhor da eucaristia no céu”. O presbítero comenta que era o Terceiro Domingo do Advento, o Domingo da Alegria.

“Ele participou realmente daquela Eucaristia”, relembra Prado. Monsenhor Jonas já não podia mais se alimentar de forma oral, e a Eucaristia (com a liberação do bispo diocesano, Dom Joaquim Wladimir Lopes) foi recebida via sonda. A imagem, revela o padre, ficará gravada, assim como o amor do fundador da Canção Nova pela Eucaristia.

“Fica o ensinamento de que devo participar sempre com fervor e alegria da eucaristia. Monsenhor Jonas foi um apaixonado pela Santa Missa”, salienta.

Monsenhor Jonas Abib 2016

Fim dos tempos

Padre Jonas era considerado o profeta do Tempo do Advento e foi neste período que “voltou para Deus”.

“Ele anunciava a vinda de Jesus Cristo com a sua vida, pregação e testemunho”, ressalta padre Márcio. “Ele sempre pregou o fim dos tempos”, relembra Eto. No entanto, o cofundador da Canção Nova indica que o fim dos tempos não é sinônimo apenas da segunda vinda de Jesus, mas pode ser também a ida de cada pessoa até Jesus. “O que acontecia é que quando ele fazia essa colocação, sempre afirmava que a vinda do Senhor motivava a Evangelização, ou seja, ele nos pedia para preparar os irmãos para receber Jesus diariamente, constantemente”, faz memória.

Paula diz que na presença do Monsenhor Jonas, todos tinham vontade de encontrar Jesus. “Ele apontava Jesus. Não o tínhamos como um ídolo, mas como um seguidor de Jesus. Ele encantava com suas palavras e histórias”.

Nos últimos meses, Luzia afirma que o sacerdote nunca manifestou que queria morrer, sempre queria viver. No entanto, Eto retoma que a meta que ele colocava a todos os membros da Canção Nova era a vida eterna.

“Ele sabia que seria o primeiro a ir e dizia que ficaria na porta do céu, esperando até o último da comunidade chegar para depois ele entrar. (…) Ele dizia que ficaria muito triste de não encontrar alguém da Canção Nova”.

Legado: o serviço e o carisma Canção Nova

“Monsenhor Jonas sempre levou a sério a Comunidade Canção Nova. Deus o chamou para formar uma comunidade. Um homem determinado, com olhar fixo em Jesus. Ele vivia o carisma e depois colocou no papel tudo – com o reconhecimento pontifício”, frisa Paula Guimarães.

Segundo Eto, o sacerdote ensinou a ele que quem trabalha para Deus não pode pensar pequeno, e sim pensar grande. “Falava que se ele pensasse pequeno a Canção Nova não teria o tamanho que tem”, relembra. Ao mesmo tempo, padre Jonas valorizava a vocação. Sem ela, indica Eto, o presbítero dizia que os esforços de nada adiantavam.

Na Santa Missa, no último dia de velório do Padre Jonas, em 15 de dezembro de 2022, às 7h, padre Wagner relembra que destacou duas virtudes importantes do presbítero para a Canção Nova: a afetuosidade e a ousadia.

A ausência de Monsenhor Jonas, indica o presidente da comunidade e da Fundação João Paulo II, fala de um compromisso novo com o legado carismático e espiritual deixado por padre Jonas, compromisso este que requer de cada membro da comunidade afetuosidade e ousadia.

“A melhor forma de homenagear o Monsenhor Jonas é vivendo o carisma da comunidade Canção Nova. Ele deixou tudo muito bem estruturado e consolidado. Que o Senhor nos dê coragem e fidelidade de prosseguir com esta obra”, conclui.

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Texto: Júlia Beck
Citações do Padre Jonas: Kelen Galvan
Memórias do Padres Jonas: Thiago Coutinho
Depoimentos: Gabriel Fontana
Podcast: Huanna Cruz
Revisão, edição e finalização: Jéssica Marçal
Design: TI Canção Nova
Desenvolvimento: TI Canção Nova

ESPECIAL PADRE JONAS ABIB UM ANO DE ETERNIDADE

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