Leão XIV agradeceu pelo trabalho de caridade realizado há quase 70 anos pela Obra São Francisco para os Pobres (OSF) com sede em Milão, na Itália
Da Redação, com Vatican News

Foto: Canva Pro
O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta segunda-feira, 1º, uma delegação de 350 pessoas ligadas à Obra São Francisco para os Pobres (OSF) com sede em Milão. Fundada pelos Frades Capuchinhos, o serviço histórico com mais de 1300 voluntários realiza um trabalho de caridade para ajudar os mais necessitados.
A Obra garante refeições completas e gratuitas a quem precisa, além do acolhimento ao oferecer higiene pessoal e banho aos pobres, cuidados médicos e roupas para lhes devolver dignidade e esperança “na linha da tradição cristã, especialmente franciscana”.
Leia também
.: Em almoço com pobres, Papa frisa presença de Deus em cada pessoa
“Somos uma Igreja de pobres: derrubemos os muros”, pede Leão XIV
Em seu discurso, Leão XIV expressou alegria pelo encontro com representantes da instituição que realiza esse trabalho há quase 70 anos. Ele recordou o grande coração do venerável Frei Cecílio Maria Cortinovis, que dedicou sua vida aos pobres. “O bom religioso” ganhou ajuda da Providência ao pedir ao Senhor que o ajudasse “a dar a esses amigos uma assistência melhor”.
“Queridos, hoje recordamos uma história de caridade que, nascida da fé de um homem, floresceu dando vida a uma grande comunidade promotora de paz e de justiça. Celebramos uma história feita não de benfeitores e beneficiados, mas de irmãos e irmãs que se reconhecem, uns pelos outros, como dom de Deus, sua presença, ajuda recíproca num caminho de santidade. Honramos o Corpo de Cristo, ferido e ao mesmo tempo em contínua cura, cujos membros se ajudam uns aos outros, unidos à Cabeça no mesmo amor; e precisamente por isso vemos um corpo vivo, que cresce dia a dia em direção à sua plena maturidade.”
Assistir, acolher e promover
Ao fazer referência ao Estatuto da Obra São Francisco para os Pobres, o Papa destacou as três dimensões do trabalho caritativo da instituição: assistir, acolher e promover. “Assistir significa estar presente às necessidades do próximo”, disse o Pontífice. Ele enalteceu a quantidade e variedade de serviços oferecidos a mais de 30 mil pessoas ao ano: de refeitórios a guarda-roupas, de chuveiros a ambulatórios médicos, de serviços de apoio psicológico a consultoria de emprego. Também destacou a abertura para o acolhimento, com doação de “tempo, escuta, apoio, oração”.
“É a atitude de olhar nos olhos, de apertar a mão, de se inclinar, tão querida ao Papa Francisco, que nos leva a cultivar, nos nossos ambientes, um clima de família, e que nos ajuda a superar a solidão do ‘eu’ através da comunhão luminosa do ‘nós’. Quanto é necessário difundir essa sensibilidade na nossa sociedade, onde, às vezes, o isolamento é dramático!”
Leão XIV também falou sobre a importância de promover as pessoas atendidas, “simplesmente pelo seu bem”, em respeito à dignidade de cada um. Isso para que elas possam crescer em todo o seu potencial e seguir o seu caminho, sem esperar nada em troca e sem impor condições. Exatamente como Deus faz, indicando um caminho, oferecendo ajuda para percorrê-lo, mas dando liberdade. Uma tarefa da Igreja para cada voluntário da instituição pelo bem dos pobres e de toda uma sociedade.
“Viver a caridade na atenção ao bem integral do próximo, de fato, ‘é uma grande oportunidade para o crescimento moral, cultural e também econômico de toda a humanidade’. Obrigado pelo que fazem e pelo testemunho que dão com o seu caminhar juntos!”