Leão XIV recebeu em audiência conjunta nesta sexta-feira, 25, formadores de seminário e os participantes do Capítulo Geral dos Irmãos Xaverianos
Da Redação, com Vatican News

Foto: IMAGO/Catholicpressphoto via Reuters
Em audiência na manhã desta sexta-feira, 25, o Papa recebeu dois grupos distintos: os participantes de um Curso em Roma para formadores de seminário, promovido pelo Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, e os capitulares dos Irmãos Xaverianos.
O discurso de Leão XIV foi o mesmo para ambos os grupos. O fio condutor foi a missão e os desafios da evangelização a partir de um evento realizado recentemente em Roma sobre o tema “Sacerdotes felizes”.
Todos devemos ser contagiados pela alegria do Evangelho, disse o Pontífice. Mas para que não se reduza a um slogan, a formação integral é fundamental. Segundo o Papa, ela não se reduz a adquirir competências cognitivas, mas deve transformar a humanidade e a espiritualidade de cada um, para que todos assumam a forma do Evangelho.
Para isso, Leão XIV indicou ser preciso que a “casa” da vida, presbiteral ou leiga, seja fundamentada sobre a rocha, isto é, sobre bases robustas com as quais se possa enfrentar tempestades humanas e espirituais.
Amizade
O primeiro fundamento apontado pelo Pontífice foi a amizade com Jesus, centro de toda vocação e missão apostólica. “É preciso viver em primeira pessoa a experiência da intimidade com o Mestre”, afirmou o Santo Padre, pois é sobretudo esta experiência que se transmite no ministério através do modo de ser, do estilo, da humanidade e de como todos são capazes de viver boas relações.
Leão XIV recordou o Papa Francisco, que dizia ser preciso testemunhar que “Jesus não é uma doutrina, mas é Deus que se faz vivo em mim”. Todavia, ele enfatizou que isso implica num contínuo caminho de conversão, um trabalho constante sobre si mesmo, enfrentando as sombras e as feridas que marcam, deixando cair as próprias máscaras.
Fraternidade em comunidade
O segundo fundamento da “casa” é a vivência de uma fraternidade efetiva e afetiva em comunidade. Para o Papa, isso requer um esforço para vencer o individualismo e a propensão a superar os outros, tornando todos concorrentes.
O Pontífice defendeu ser preciso aprender a construir gradualmente relações humanas e espirituais boas e fraternas – um caminho longo a ser percorrido.
Partilha da missão
O terceiro e último fundamento, segundo Leão, é a partilha da missão com todos os batizados. O Pontífice frisou a necessidade de recuperar o sentimento de ser discípulos missionários. Os sacerdotes não são “condutores solitários” nem superiores a ninguém:
“Precisamos de padres capazes de discernir e reconhecer em todos a graça do Batismo e os carismas que disso resultam, ajudando as pessoas a se abrirem a esses dons para encontrarem coragem e entusiasmo de se empenhar na vida da Igreja e da sociedade”.
O Santo Padre concluiu encorajando os dois grupos a prosseguirem em seus caminhos, na companhia de Nossa Senhora.