O Vídeo do Papa

Papa reza por apoio aos que lutam contra pensamentos suicidas

No mês de novembro, o Papa dedica a sua intenção de oração às “pessoas que se debatem com pensamentos suicidas”, para que “encontrem apoio” nas suas comunidades e “se abram à beleza da vida”

Da Redação, com O Vídeo do Papa

“Rezemos para que as pessoas que se debatem com pensamentos suicidas encontrem, nas suas comunidades, o apoio, o cuidado e o amor de que necessitam e se abram à beleza da vida”. Este é o pedido do Papa Leão XIV em sua intenção de oração para o mês de novembro. O Vídeo do Papa foi divulgado nesta terça-feira, 4.

À Igreja – dioceses, paróquias, congregações religiosas, associações de fiéis – pede-se que impeçam que o sofrimento das pessoas desesperadas, que têm a tentação de tirar a própria vida, seja tornado ainda mais intolerável pela solidão. Todos, também os crentes, “podem ser vulneráveis à tristeza sem esperança”: que o Senhor nos ensine, portanto, “a aproximar-nos com respeito e ternura”, com “um coração aberto e compassivo”, a “oferecer conforto e apoio”, a encorajar a procura da “ajuda profissional necessária”.

Um problema global

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, todos os anos, no mundo, cerca de 720 mil pessoas tiram a própria vida, ou seja, pouco menos de 2 mil por dia. Mais da metade dos suicídios globais (56%) ocorre antes dos 50 anos, sendo particularmente afetada a faixa etária dos 15 aos 29 anos. Para esta faixa etária, o suicídio é a terceira causa de morte, e entre as meninas e jovens adultas é mesmo a segunda. 73% das pessoas que se suicidam vivem em países de baixo e médio rendimento, mas as nações mais ricas não estão isentas do risco: nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa atual de suicídio é um terço maior do que a de 2000.

O Catecismo da Igreja Católica (nn. 2280-2283) recorda que o suicídio contradiz o amor a si mesmo, aos outros e a Deus; no entanto, graves perturbações psíquicas, a angústia ou o medo severo da provação, do sofrimento ou da tortura podem atenuar a responsabilidade pessoal. Ao mesmo tempo, convida a não desesperar da salvação eterna daqueles que tiraram a própria vida, confiando-os à misericórdia de Deus e à oração da comunidade.

Igreja e saúde mental: evento em Roma

Nos últimos anos, a Igreja tem aumentado progressivamente a atenção à saúde mental, na oração e na pastoral. Confirma-o o congresso internacional que terá início amanhã, em Roma, organizado pela associação dos Ministros Católicos para a Saúde Mental (CMHM), com o patrocínio da Pontifícia Academia para a Vida.

Por ocasião desta intenção de oração de Leão XIV, pessoas de todo o mundo, envolvidas na pastoral da saúde mental, se reunirão durante três dias (5, 6 e 7 de novembro) para discutir como a comunidade cristã pode acompanhar as pessoas que enfrentam problemas de saúde mental, depressão, dor profunda, e prevenir, através da escuta e da proximidade, o risco de suicídio.

A Rede Mundial de Oração do Papa organizará os momentos de oração comum e também será exibido O Vídeo do Papa de novembro, que acompanha a oração lida por Leão XIV.

Phoenix: um compromisso diocesano para acompanhar e prevenir

As imagens do vídeo deste mês foram filmadas na diocese de Phoenix, no Arizona, que colocou o tema da saúde mental entre as suas prioridades pastorais. Possui um gabinete próprio para o ministério da saúde mental, oferece espaços de escuta, organiza cursos de formação na comunidade, estabeleceu parcerias com organizações locais e estruturas de saúde, celebra anualmente uma missa em memória das pessoas que faleceram por suicídio, fornece orientações sobre como ajudar alguém que está a pensar em tirar a própria vida e promove campanhas para reduzir o estigma em torno das doenças mentais.

“A intenção de oração do Santo Padre para este mês, pelas pessoas que se debatem com pensamentos suicidas e em particular para que encontrem nas suas comunidades o apoio e o amor de que necessitam, está muito presente no meu coração”, comenta o bispo de Phoenix, Mons. John Dolan. “Vivi em primeira pessoa o doloroso caminho do luto por suicídio. Perdi o meu irmão Tom, as minhas irmãs Terese e Mary e o meu cunhado Joe, todos mortos por suicídio. Há feridas e mistérios que não podemos compreender. E, no entanto, temos esperança! Confiamos num Pai amoroso que tem junto a si os nossos entes queridos e contamos uns para os outros, caminhando juntos como companheiros de viagem. Se te sentes destroçado, se lutas contra pensamentos suicidas, ficas a saber que és profundamente amado e que a Igreja está aqui para ti. Não estás sozinho”.

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